A Comissão de Vereadores que visitou de surpresa o Hospital Regional, após receber denúncias de pessoas sobre a precariedade do atendimento público, teve opiniões divididas quanto ao resultado da visita. A crítica mais forte foi feita pela vereador Fernando Dini (MDB), que falou ao vivo por telefone ao Jornal da Ipanema, na rádio IPA FM.
Dini deixou o local na metade da visita e justificou a postura adotada. “Existem informações de que a administração do hospital foi avisada antes desta visita surpresa. Ou seja, encontramos um ambiente já preparado para nos receber e não tivemos o acesso irrestrito a todas as dependências do prédio”, cita. “O que queremos é que o mal atendimento chegue ao seu fim e que os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) recebam o melhor serviço público possível.”
Por telefone, o presidente disse que a situação no hospital não apresenta melhoras após o processo de terceirização. “Nós viemos aqui antes e agora, e a situação ainda é precária. Não conseguimos visualizar todos os espaços, muitos setores foram fechados quando estávamos passando e isso dificultou nossa análise”, explicou. Segundo Dini, ele ainda vai ouvir o presidente da comissão de Saúde, Hélio Brasileiro (MDB), para ponderar os próximos passos e atitudes a serem tomadas.
Além do presidente da Comissão de Saúde, Hélio Brasileiro (MDB), e do presidente da Câmara, Fernando Dini (MDB), estiveram presentes os vereadores Wanderley Diogo (PRP), Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (PSOL), Nenê Silvano (PV), Anselmo Neto (PSDB) e Rodrigo Manga (DEM).
Hélio Brasileiro fez um balanço da visita. “Minha avaliação é que ela foi muito positiva. Temos a obrigação de fiscalizar e nosso objetivo é de ver o que tem de problema e propor melhorias. Constatamos que a estrutura já começou a melhorar nesses primeiros 120 dias sob a administração da nova OS, mas ainda tem muita coisa para se fazer. Existe a boa intenção, mas a demanda de verba é clara”, diz, ressaltando ainda que a comissão de saúde convocará uma audiência pública para debater o tema.
A vereadora Iara Bernardi levantou a questão da divisão de atendimentos entre os dois regionais. O do centro de Sorocaba e o da Raposo Tavares. “Um tem estrutura de primeiro mundo, mas não tem demanda de pacientes. O outro tem mais de 50 anos e está superlotado. Soubemos hoje que toda demanda de Samu e Bombeiros é trazida para este antigo e não para o novo, da Raposo. São situações que permanecem sem sentido de acontecerem.”
A vereadora Fernanda Garcia ponderou as necessidades de primeira urgência, como a falta de funcionários e cadeiras de rodas para a locomoção de pacientes. “Por isso, acredito que seja extremamente necessária a realização dessa audiência pública já proposta pelo doutor Hélio”, diz.
Já para o vereador Wanderley Diogo, falta ainda humanização para o atendimento público na saúde. “O tratamento de excelência a quem paga os impostos, que é o povo, deve vir sempre em primeiro lugar. Aqui ainda faltam coisas primárias, como gazes e ataduras. Tomara que, sob o comando dessa nova gestão, as coisas melhorem”, cita.