Jovem Pan News
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, reconheceu nesta sexta-feira (19) que há risco de uma segunda onda da pandemia de Covid-19 na cidade, mas afirmou que a rede municipal está preparada para um eventual aumento de demanda. Crivella concedeu entrevista a jornalistas no Hospital de Campanha do Riocentro, onde foi realizada uma cerimônia para entrega de respiradores da cidade do Rio de Janeiro a outros municípios fluminenses.
Desde o início do mês, o Rio iniciou a flexibilização do isolamento social e já liberou o funcionamento de setores como shoppings, serviços e mercados populares. O município argumenta que a reabertura é possível, porque, entre outros motivos, há disponibilidade de leitos de enfermaria e unidades de terapia intensiva nas redes pública e privada.
“Que pode acontecer [uma segunda onda], pode. Sobretudo se as pessoas não usarem as máscaras, se aglomerarem e não higienizarem as mãos. Mas estamos preparados”, disse o prefeito, que fez uma comparação com a passagem bíblica do dilúvio. “Construímos essa Arca de Noé para enfrentar o dilúvio. A Arca de Noé não evita o dilúvio, ela enfrenta o dilúvio. E é isso o que estamos fazendo.”
Segundo painel de dados mantido pela Secretaria Municipal de Saúde, houve 48 mortes confirmadas por Covid-19 e 14 suspeitas nas 24 horas encerradas às 18h desta quinta. Apesar disso, o prefeito afirmou que os números de junho apontam para uma situação melhor que a de maio.
No mês passado, a cidade sepultou o dobro de pessoas na comparação com maio de 2019, enquanto em junho, segundo o prefeito, houve seis mortes a menos, até o momento. Crivella reconhece que a diferença entre 2020 e 2019 também pode ser explicada pela redução nas mortes violentas e no trânsito, com menos pessoas circulando nas ruas, mas avalia que a queda em relação a maio é fruto das ações para controle da transmissão da doença.
“Sepultamos seis pessoas a menos [que em junho do ano passado], o que mostra que as medidas tomadas surtiram efeito”, disse o prefeito, que prometeu interromper a flexibilização caso haja lotação nos hospitais e aumento no número de mortes. “Se tivermos que frear, vamos frear. Sem vergonha e sem inibição.”