Por Cida Muniz
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da ‘Tenda dos Milagres’, que investiga o contrato da Prefeitura de Sorocaba com a Cies Global, ouviu três depoentes, na seguinte ordem: o ex-secretário municipal de Saúde, o advogado Rodrigo Moreno; Mateus Ramos, que exerceu o cargo de Diretor de Área da Secid (Secretaria da Cidadania) e hoje ocupa o cargo de Diretor de Planejamento da Urbes; e o secretário de Licitações e Contratos, Hudson Zuliani.
O primeiro a depor na oitiva da CPI foi Rodrigo Moreno. O depoimento foi curto, pois após ser fechado o contrato com a Cies Global, que instalou contêineres e tendas na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim São Guilherme, ele deixou o cargo. Moreno ficou à frente da secretaria somente nos dois primeiros meses de funcionamento da Cies Global, sendo que no primeiro mês a empresa estava se instalando e no segundo mês começou a funcionar, mas não na sua totalidade.
Já Ramos foi bastante questionado pelos componentes da CPI, principalmente a vereadora Iara Bernardi (PT), que ocupou o lugar do relator, Francisco França (PT), que não pôde comparecer hoje, e o presidente da CPI, vereador Hudson Pessini (MDB).
Em síntese, Ramos confirmou que dava pareceres técnicos e ele fez o parecer para que o contrato com a Cies Global fosse prorrogado. Conforme os depoimentos, a empresa pediu a prorrogação e essa foi aceita, sendo que a Secretaria da Saúde não havia pedido a prorrogação. Inclusive, em depoimento, o ex-secretário da Saúde, Ademir Watanabe, havia solicitado, após a visita técnica, que encontrou pessoas que haviam passado pelo mesmo exame diversas vezes no mesmo dia, o que motivou a abertura de uma auditoria.
O terceiro a depor foi o secretário Zuliani. Aparentando nervosismo, ele foi respondendo as perguntas, mas Iara, Pessini e a vereadora Fernanda Garcia (PSOL) consideraram as respostas inconclusivas.
Iara apontou que não havia motivo para prorrogar o contrato com a Cies Global, pois as metas não estavam sendo atingidas. Ela considerou que a Secretaria de Licitação poderia ser extinta, pois não atinge o objetivo de fiscalizar. Zuliani afirmou que o parecer poderia ser emitido por Ramos, até porque só havia um procurador na pasta.
A CPI pretende fazer um levantamento técnico nos contratos e solicitar o depoimento de pessoas que trabalharam na Cies Global.