23 de Abril de 2024
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Corpo de menina morta após ser baleada enquanto ia para a escola será sepultado nesta 5ª

Foto: reprodução
Postado em: 14/11/2019

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Ana Luiza Albuquerque, FOLHAPRESS

 

Uma criança de cinco anos morreu, na madrugada desta quarta-feira (13), após ter sido atingida por disparo de arma de fogo. Kethellen Umbelino de Oliveira Gomes ia para a escola com sua mãe quando foi baleada em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde de terça (12).


A menina foi encaminhada para o hospital municipal Albert Schweitzer, mas não resistiu aos ferimentos. O velório e o enterro serão realizados na tarde desta quinta (14).


Um jovem de 17 anos, Davi Gabriel Martins do Nascimento, também foi atingido e morreu no local. Os tiros partiram de um carro na praça da Cohab.


No fim da tarde, a Polícia Civil prendeu Thiago Porto, 32, conhecido como Thiago Cabeça, sob suspeita de ter participado do crime. Ele faz parte de uma milícia que atua na região.


Contra Thiago já havia dois mandados de prisão pendentes pelo crime de homicídio. Ele foi conduzido para a Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga os assassinatos de terça.


A reportagem foi ao local do crime e conversou com moradores da região. Eles disseram que Davi tinha passagens por roubo e que foi morto por milicianos da região do Barata, que querem coibir a venda de drogas e os assaltos, frequentes na área.


Segundo relatos, três homens vestidos com toucas ninja atiraram seis ou sete vezes contra o jovem, que morreu no local. Um dos tiros acabou atingindo Kethellen.


O crime ocorreu por volta das 13h, horário de entrada na escola. Há cerca de cinco colégios na região. Quando a criança foi atingida, ainda segundo moradores, a mãe se deitou ao seu lado no chão e gritou por socorro.


Um comerciante disse à reportagem que nos últimos meses a milícia tem intensificado o controle sobre a área, revistando os jovens e impedindo a reprodução de funks que fazem alusão ao tráfico. De acordo com ele, a milícia cobra taxa de segurança de R$ 50 semanais e monopoliza a venda de gás e cigarro na região. O comerciante não quis se identificar, com medo de represálias.


A reportagem também conversou com uma tia da menina, que disse que Kethellen foi atingida na perna e que chegou a passar por cirurgia.


Kethellen é a sexta criança morta por disparo de arma de fogo no estado do Rio de Janeiro em 2019. Em setembro, a morte de Ágatha Vitória Sales Félix, 8, também por bala perdida, no Complexo do Alemão, causou enorme repercussão pelo país e abriu discussões em torno do pacote anticrime do ministro Sergio Moro.


As mortes por intervenção de agentes do Estado no Rio de Janeiro subiram 18% de janeiro a setembro deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado (de 1.183 para 1.402). Já os homicídios dolosos caíram 21% no mesmo período, de 3.843 para 3.025.


O governador Wilson Witzel (PSC) lamentou nas redes sociais a morte da criança. "Determinei à Polícia Civil a apuração rigorosa desse crime e dos outros que atingiram seis crianças neste ano", escreveu.


Ele aproveitou o episódio da morte de Kethellen para responsabilizar o governo federal pela ineficiência no combate ao tráfico de drogas. O governador e o presidente Jair Bolsonaro vêm trocando ataques desde que Witzel anunciou que será candidato à Presidência em 2022.


O governador escreveu nas redes sociais que é responsabilidade do governo federal impedir a entrada de drogas e armas no país. "É preciso que o governo federal tenha uma visão estratégica e não continue sucateando a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal", disse.


O senador Flávio Bolsonaro, antigo aliado de Witzel e filho do presidente, chamou o governador de traidor e mentiroso. "Não jogue nos ombros alheios a responsabilidade por sua incompetência", escreveu em rede social.

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