Jovem Pan News
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) arquivou, nesta terça-feira, 25, a denúncia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o procurador da República Deltan Dallagnol e outros integrantes da Lava Jato sobre a apresentação de powepoint que apontava o petista como líder de uma organização criminosa. Apesar da decisão indicar vitória da operação baseada em Curitiba, oito dos 11 conselheiros afirmaram que havia indícios para que o procurador fosse alvo de um processo administrativo disciplinar, mas que a ação é impossibilitada pela prescrição do caso.
A votação no CNMP estava prevista para a semana passada. A mudança de data ocorreu um dia depois de o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender outros dois processos que seriam julgados e que poderiam tirar Dallagnol da Lava Jato em Curitiba. Os casos miram a conduta do procurador em relação à publicação nas redes sociais e supostas atitudes de promoção pessoal.
O ministro Luiz Fux também havia decidido na última semana que o CNMP não poderia usar a penalidade de advertência aplicada ao procurador em novembro de 2019 para agravar o julgamento dos casos envolvendo ele. Em 2019, o Conselho decidiu, por oito votos a três, punir Dallagnol por ter dito, em entrevista, que ministros do STF eram “lenientes com a corrupção”.
O ex-presidente acusou Deltan e os também procuradores da Lava Jato em Curitiba, Roberson Pozzobon e Júlio Noronha, de abuso de poder. Na ação, Lula também afirmou que ele e a ex-primeira-Dama, Marisa Letícia, foram submetidos a constrangimentos. A denúncia ocorreu após a polêmica entrevista coletiva conduzida por Deltan para expor a suposta participação de Lula em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, entre outras ilicitudes, na Petrobras. À época, a apresentação ganhou força nas redes sociais com críticas e paródias.