Camila Mattoso, FOLHAPRESS
Apontado por Lula como o candidato presidencial do PT em 2022 antes desta segunda-feira (8), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse ao jornal Folha de S.Paulo que sempre apoiou a precedência do ex-presidente, que então, na sua visão, deverá ser o representante do partido nas eleições.
"Todas as vezes que falei do assunto fiz a ressalva sobre a precedência de Lula, que sempre apoiei", afirma Haddad.
"A justiça é um fato a celebrar. A candidatura de Lula é uma decorrência natural", completa.
Nas redes sociais, Haddad escreveu que "por justiça, a luta sempre vale. Sem ela, não há paz".
O ex-prefeito, que também foi ministro da Educação durante os governos Lula e Dilma Rousseff, começou a fazer uma agenda de viagens pelo país em fevereiro para "colocar o bloco na rua", como sugeriu o próprio ex-presidente.
Em 25 de fevereiro, Haddad e Gleisi Hoffmann, presidente do partido, tiveram reunião em Belo Horizonte com o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Segundo eles, a ideia era debater uma pauta comum de oposição a propostas do governo Jair Bolsonaro.
Nesta segunda (8), o ministro do STF Edson Fachin determinou a anulação de todas as condenações proferidas contra Lula pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba.
Lula, 75, tinha sido condenado em duas ações penais, por corrupção e lavagem, nos casos do tríplex de Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia.
O ministro do STF entendeu que as decisões não poderiam ter sido tomadas pela vara responsável pela operação e determinou que os casos sejam reiniciados pela Justiça Federal do Distrito Federal.
Assim, as condenações que retiravam os direitos políticos de Lula não têm mais efeito e ele pode se candidatar nas próximas eleições, em 2022. Lula estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa, já que ambas as condenações pela Lava Jato haviam sido confirmadas em segunda instância.