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Candidata a vereadora cita dossiê contra Filipe Sabará e afirma: ‘Haverá racha no Partido Novo’

Jovem Pan News
Postado em: 02/10/2020

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A candidata a vereadora do Partido Novo, Wafá Kadri, revelou em entrevista exclusiva à Jovem Pan que uma ala da sigla produziu um dossiê contra Filipe Sabará, candidato do Novo à Prefeitura de São Paulo. No dia 23 de setembro, a campanha de Sabará havia sido paralisada por ordem do Diretório Nacional do partido em razão de um processo protocolado na Comissão de Ética do partido, que alegava desalinhamento do candidato com as diretrizes do Novo. Nesta quinta-feira, 1°, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luis Felipe Salomão, suspendeu a decisão que impedia Sabará de realizar a campanha para a Prefeitura. A nova medida tem caráter liminar, portanto, permanece vigente até que o Tribunal julgue o mérito do mandado de segurança que a defesa de Sabará apresentou à Justiça contra a sigla. Até então, o candidato permanece autorizado a prosseguir com os atos eleitorais.

“Era tarde da noite quando os filiados começaram a encaminhar o dossiê em todos os grupos do WhatsApp do partido, alegando que haviam recebido anonimamente. Acredito que esse material foi feito por pessoas de dentro do próprio Novo, não circularia à toa. Quando eu li, pensei que fosse apenas sobre o Filipe Sabará, mas me deparei com três páginas com acusações e mentiras contra mim. Lamento muito que isso esteja acontecendo porque, tanto eu quanto ele trabalhamos juntos há muito tempo, realizamos diversos projetos. Não somos mal intencionados. Escolhi o Novo pelas ideias e valores deles, visto a camisa deles”, diz Wafá. 

O dossiê afirma que a candidata de 23 anos teria sido “cooptada por Filipe Sabará”, quando ele trabalhava no Governo de João Doria, para integrar o partido Novo. Além disso, ela é acusada de ser “vira-casaca” por, no passado, ter compactuado com ideias da esquerda. “Eu não tenho vergonha nenhuma de dizer que já comprei, sim, algumas ideias da esquerda. A primeira coisa que acreditamos quando somos jovens é na esquerda, afinal, nem a escola, nem a faculdade ensinam o que é liberalismo porque temos uma educação muito enviesada. Querendo ou não, ela vende algumas bandeiras melhor do que qualquer espectro político. Como faço trabalho voluntário com pessoas em situação de rua desde os meus 13 anos de idade, uma área que é dominada pela esquerda, a primeira coisa que você faz se tem o mínimo de empatia é comprar essas ideias”. No entanto, ela relata que conheceu e aderiu ao liberalismo enquanto trabalhava na Prefeitura de São Paulo. “Por sorte, na Prefeitura pude ver que muito do que a esquerda defende é demagogia. Então fui estudar sozinha, comecei a abrir minha mente para o liberalismo, conheci o Partido Novo e vi que suas ideias e valores eram compatíveis com o que eu acreditava, então decidi me filiar. Não foi o Filipe que me levou.”

Segundo Wafá, o dossiê foi preparado por “uma ala do Novo que está jogando contra o próprio Novo”. “Não é uma grande parte do partido, mas é uma parte barulhenta que pode atrapalhar muito a nossa candidatura. Estão nos atacando e inventando mentiras em nome do bem. Acredito que, nesta eleição, haverá um racha no partido entre os que apoiam e os opositores de Sabará. Eles já estão dando as caras. Espero que, com essa liminar favorável ao Filipe, os membros reflitam sobre a política brasileira e entendam que precisamos nos unir para sermos mais fortes”, afirma. Ela também alega que há machismo contra sua candidatura e divergências pessoais contra Filipe Sabará teriam motivado a criação do dossiê. “Sou mulher, tenho 23 anos, um metro e meio e o maior engajamento entre os candidatos a vereador do Novo em São Paulo. Isso os incomoda muito. Só querem eleger membros da panelinha deles. É uma disputa de egos”. Apesar dos conflitos, Wafá Kadri não pretende deixar o partido.

O que tem no dossiê

Intitulado de “Por que Filipe Sabará não pode ser candidato pelo novo”, o documento de 18 páginas obtido com exclusividade pela Jovem Pan carrega uma série de acusações contra Filipe Sabará. Entre elas:

  • “Filipe Sabará teria colocado seus interesses acima de tudo e deveria ter tido sua filiação suspensa em 2018, ao atacar Rogério Chequer e apoiar João Doria”;
  • “Sabará não teria comprovado possuir recursos financeiros como o processo de seleção do Novo prevê”;
  • “A experiência de Filipe Sabará em cargos de direção seriam na empresa da família, o que, como herdeiro do negócio, não comprovaria competência e não contemplaria a meritocracia”;
  • “O diploma apresentado pelo candidato seria de “tecnólogo em marketing”, suposta formação que não daria amparo técnico a um possível prefeito”;
  • “Desconfiança quanto à conclusão dos estudos em nível superior de Sabará”;
  • “Uso da posição política de Sabará para cooptar pessoas ativas no partido e oferecimento de cargos”;
  •  “Influência de Sabará quando atuava no Diretório Municipal para influenciar aliados a entrarem no partido”;
  • “Intimidação a pré-candidatos a vereador contrários a Sabará”;
  • “Oportunismo político”.

Confira com exclusividade partes do dossiê:

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