Natália Cancian, da Folhapress, e IPA Online
O Brasil já registra 1.124 mortes pelo pelo novo coronavírus , segundo dados do Ministério da Saúde divulgados neste sábado (11), com 68 novas mortes nas últimas 24 horas –incremento de 6%. O dado, porém, é inferior ao registrado de quinta (9) para sexta-feira (10), quando foram contabilizadas 116 novas mortes em 24 horas.
Na sexta (10), o país passou a marca das mil mortes –e, o mundo, das mais de 100 mil mortes. O Brasil também ultrapassou os 20 mil casos confirmados de Covid-19. São, ao todo, 20.727. No dia anterior, eram 19.638, um avanço de 6%.
O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que só pacientes internados em hospitais fazem testes e há casos represados à espera de confirmação.
Reportagem da Folha mostrou que equipes de atenção básica em várias cidades e estados afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos tem sido gigantesca.
Atualmente, o estado de São Paulo é o que lidera em número de casos, com 8.419 confirmações. Em seguida, vêm Rio de Janeiro (2.607), Ceará (1.582) e Amazonas (1.050).
São Paulo tem também o maior número de mortes, com 560 já confirmadas. Entre os estados, apenas o Tocantins não teve óbitos registrados até o momento.
Apesar do alto volume de registros, o ministério tem afirmado que o país ainda está em uma fase inicial da epidemia pelo novo coronavírus.
Alguns estados, no entanto, já apresentam transição para uma segunda etapa, quando há uma "aceleração descontrolada" de casos. A situação ocorre no Amazonas, no Amapá, no Distrito Federal, em São Paulo, no Ceará e no Rio de Janeiro, por exemplo.
Neles, o coeficiente de incidência, indicador que compara o total de casos pela população, já é 50% acima da taxa nacional.
Na sexta, o aumento recente da ocupação de leitos hospitalares levou o Ministério da Saúde a iniciar uma distribuição de 60 respiradores para três capitais: Fortaleza, Manaus e Macapá.
A situação em Manaus já é descrita por membros do governo como próxima de um colapso. Diante do risco, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse neste sábado que o governo pretende instalar um hospital de campanha na cidade.
A unidade deverá ser a segunda do país. Um primeiro hospital está em obras em Águas Lindas (GO), a 57 km de Brasília. Mandetta, no entanto, não quis dar prazo para a obra em Manaus. Já a previsão de entrega da unidade goiana é de duas semanas.
Segundo o ministério, cada um dos hospitais deve ter 200 leitos adaptáveis para unidades de tratamento semi-intensivas, com tubulação e suporte para respiradores.