FOLHAPRESS
O Brasil atingiu nesta sexta-feira (12) a marca de 41.901 pessoas mortas por Covid-19. Com isso, o país é o segundo com mais óbitos devido à pandemia do novo coronavírus, apenas atrás dos Estados Unidos, que acumulam mais de 100 mil mortes.
Foram 24.255 novos casos e 843 mortes registradas nesta sexta-feira em todo pais.
Os dados do Brasil foram compilados pelo consórcio entre Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo, G1 e UOL, em balanço divulgado às 20h desta sexta-feira (12). O levantamento é feito com a coleta de dados das Secretarias de Saúde dos estados.
A comparação com os outros países e feita levando em consideração os dados consolidados pela Universidade Johns Hopkins, dos EUA. Até esta sexta, a instituição contabilizava mais de 7 milhões de casos do novo coronavírus em todo mundo e 423 mil mortes.
O país chegou a marca de mais de 40 mil mortes menos de três meses após o primeiro óbito por Covid-19, no dia 16 de março, em São Paulo. O primeiro caso de paciente com o diagnóstico da doença foi confirmado em 25 de fevereiro.
Desde maio, o Brasil já é segundo o país com mais casos registrados de Covid-19. Atingiu a marca no dia 22 com 330 mil pessoas contaminadas. O número mais do que duplicou, e o país já supera os 800 mil casos confirmados, atrás apenas dos EUA, com mais de 2 milhões de casos.
Na sua décima quinta semana de pandemia, o Brasil tem uma taxa de 19 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos e está cinco semanas adiante na pandemia, e o Reino Unido, que está em sua décima nona semana, têm 34,4 e 62 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.
Na Argentina, onde a pandemia desembarcou nove dias mais tarde que no Brasil e que seguiu uma quarentena muito mais rígida, o índice é de 1,7 morte por 100 mil habitantes.
A iniciativa do consórcio de veículos de compilar e divulgar os dados sobre Covid-19 é uma resposta a atitudes recentes do governo Jair Bolsonaro, que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins, retirou informações do ar, deixou de divulgar totais de casos e mortes e divulgou informações conflitantes.
Após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o portal do Ministério da Saúde que reúne dados sobre a epidemia voltou a informar nesta terça o total de mortes e casos acumulados até o momento. As informações haviam sido tiradas do ar na sexta (5).
Nesta sexta (12), o Ministério da Saúde divulgou pouco antes das 19h o balanço oficial da Covid-19. Segundo a pasta, foram registradas 909 mortes nas últimas 24 horas, o que eleva o total de óbitos para 41.828.
O governo também apontou 25.982 novos casos do novo coronavírus computados entre esta quinta e sexta-feira. O total de casos confirmados no país subiu para 828.810.
Na semana passada, o governo atrasou a divulgação dos balanços oficiais para depois das 22h e o presidente Bolsonaro disse que, com isso, "acabou matéria no Jornal Nacional".
Após forte pressão, houve recuo do governo, o site voltou a funcionar e os balanços estão sendo divulgados no final da tarde.
Autoridades no governo, no entanto, passaram a defender uma nova metodologia, em que fosse divulgado o número de mortes que ocorreram no dia, e não o registrado. Na prática, isso significa um balanço diário de óbitos menor, uma vez que muitas mortes só são confirmadas como covid após o falecimento.
Apesar da defesa de uma nova metodologia, ela ainda não foi implementada pelo Ministério da Saúde.