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Natália Cancian, da Folhapress
Com 26.417 novos casos de Covid-19, o Brasil bateu nesta quinta (28) o recorde de novas infecções registradas em um único dia. O recorde anterior havia sido na última sexta (22), com 20.803 novos casos. Com isso, o total de casos chegou a 438.238.
O país registrou em 1.156 novas mortes, o 3º maior número de confirmações em 24h desde o início da pandemia. O Brasil soma 26.754 mortos pela Covid-19.
Na quarta o país registrou 1.086 novas mortes por coronavírus e 20.599 novos casos , segundo dados do Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde não comentou os novos dados. Desde a gestão do ex-ministro Nelson Teich, a pasta tem reduzido o número de coletivas de imprensa ou divulgado dados atualizados apenas após o fim desses encontros.
Representantes da pasta, porém, têm frisado que o Brasil ainda segue com tendência de aumento de casos. Apontam ainda que o número real tende a ser maior, já que ainda há testes represados em alguns locais e possibilidade de subnotificação. Um exemplo disso é que o país soma, atualmente, 4.211 mortes ainda em investigação.
Das 1.156 novas mortes confirmadas nesta quinta, 539 ocorreram nos últimos três dias. As demais são de datas anteriores. O balanço completo não foi divulgado.
O estado de São Paulo tem o maior número de casos, com 95.865 já confirmados.
Em seguida, está o Rio de Janeiro (44.886), Ceará (37.821) e Amazonas (36.146).
A classificação muda, porém, quando observado o total de mortes. Nesse caso, o maior número de registros ocorre em São Paulo (6.980), Rio de Janeiro (4.856), Ceará (2.733), Pará (2.704) e Pernambuco (2.566).
Também há mudanças quando observada a lista por incidência - parâmetro que considera o total de casos pela população.
Atualmente, as regiões com maior incidência são Norte e Nordeste, seguido do Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
A situação é mais grave no Amapá e Amazonas, estados cujas capitais apresentam sinais de colapso. O primeiro tem 963,9 casos por 100 mil habitantes. O segundo, 872,1 casos por 100 mil habitantes. Para comparação, a média nacional é de 208,5 casos por 100 mil habitantes.
O avanço da epidemia também aparece em dados da ocupação da rede de saúde.
Balanço publicado pela Folha nesta quarta (27) mostra que a maioria dos estados já registra uma ocupação maior que 70% dos leitos públicos de UTI para tratamento da Covid-19.
Em três deles - Ceará, Amapá e Pernambuco - a ocupação está acima de 90%.
Apesar de aumento, estados planejam reabertura
Os estados passam pelo período de aceleração da doença, em especial as grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus. São Paulo é o estado que concentra o maior número de casos e óbitos, com mais de 6.980 óbitos confirmados hoje.
Com medidas de isolamento e a decretação de um mega feriado, o governo estadual vê uma contenção na curva de crescimento e já ensaia uma abertura lenta. O Rio de Janeiro teve uma explosão de casos, começando a semana com mais de 37 mil notificações e caminhando para determinar perto das 50 mil. As mortes também aumentaram significativamente no mês de maio. Porém, além do avanço da doença esse crescimento também pode ser atribuído ao aumento da capacidade de testagens no estado, que dobrou segundo a secretaria de saúde.
O Ceará é o terceiro estado em casos e mortes, que também passa pelo período de aceleração e se consagra como epicentro na região nordeste. Ainda assim, o governo estuda um plano de reabertura gradual semelhante aos moldes de São Paulo.
O Amazonas é um estado que chama atenção, por já ter sofrido um colapso do sistema de saúde e funerário em sua capital, Manaus, mas que atualmente aparece em quarto em casos e mortes. A cidade tem uma explosão de mortes sem confirmação para a covid-19, o que aponta para uma possível subnotificação que esteja jogando os números do estado para baixo. O governo estadual também planeja uma abertura, que recebeu a reprovação do prefeito da capital.
A região com os menores números é o Centro-Oeste, liderado pelo Distrito Federal. No entanto, há também a possibilidade de subnotificação na região, que pode ser observado nos baixos dados de mortos reportados diariamente. O Mato Grosso do Sul não reportou novas mortes durante dias, ficando apenas com 17. Enquanto o Mato Grossa reporta poucos óbitos diários, geralmente 2 ou 3.