O presidente da Câmara de Vereadores de Votorantim, Zelão (PT), afirmou que o caso do "almoço de R$ 300", este envolvendo Murilo Piatti, o fez decidir que o reembolso de refeições a vereadores em agenda política fora do município será de R$ 120 dividido em duas refeições ao dia, segundo ele.
Ou seja, caso o parlamentar precise comparecer a reuniões na capital paulista, por exemplo, ele teria direito a consumir R$ 60 no almoço e R$ 60 no jantar, passíveis de reembolso na Câmara.
O assunto foi abordado durante entrevista de Zelão no Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba. Ele é um desdobramento da polêmica envolvendo Piatti, que pediu reembolso de cerca de R$ 300 após fazer uma refeição em um restaurante japonês na cidade de São Paulo.
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Sabendo do caso, Zelão não permitiu o reembolso ao vereador, mas depois percebeu que não havia regra para proibi-lo de receber o valor. "Não podíamos dar o reembolso e ele insistiu e nós vimos que nada impedia ele de fazer esse gasto. Ele podia gastar R$ 300, como R$ 1 mil. Não havia restrição", afirmou. "Aí, fica essa questão da imoralidade do gasto do direito público. É muito fora da realidade uma refeição por R$ 300", completou.
A partir dessa situação, Zelão tomou a iniciativa de criar um limite de gasto de refeições. "Nós imediatamente começamos a trabalhar e está em curso que teremos de limitar o valor de gasto de alimentação do vereador também. Serão R$ 60 de cada refeição", explicou. "Com esse valor dá para almoçar super bem. Quando vou a São Paulo, sempre pago minhas refeições e gasto R$ 40, R$ 35 e como super bem", defendeu o presidente da Casa de Leis.
Outra regulamentação a ser feita será o período entre as refeições feitas pelo vereador. "O cara almoça às 14h, aí às 16h o cara quer comer de novo, aí já não dá, né. Estamos limitando até essa questão de tempo. É triste, isso. Ter de colocar regra em cima de quem também está para ajudar a cuidar do dinheiro público", afirmou.
Entenda o caso de Murilo Piatti
O vereador de Votorantim Murilo Piatti (PSDB) comentou sobre o episódio do gasto de R$ 300 em um restaurante japonês, na capital paulista, fato que se tornou alvo de críticas por seus colegas parlamentares.
Piatti foi entrevistado nesta manhã de segunda-feira (18), no Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba, e se defendeu sobra a polêmica envolvendo seu nome.
Segundo ele, o gasto aconteceu "no calor do momento", mas não fere o regimento interno da Câmara. "Todo mundo erra. O principal disso é reconhecer o erro e praticar novas atitudes", defendeu-se. "Quem entende o que estou falando sabe que o bairro dos Jardins é nobre, foi um restaurante caro. No calor do momento, na empolgação, fiz uma refeição que ficou no valor de R$ 300", afirmou.
Após a refeição, Piatti pediu reembolso do valor na Câmara. "Aí começou a gerar certo desconforto. As pessoas falaram que foi um valor imoral, muito alto. Entendo essa situação. Não foi nada ilegal. O regimento permite esse reembolso. Não tem limite de valor. Se eu for para São Paulo e gastar R$ 800, R$ 1.000, R$ 100, R$ 10, a Câmara reembolsa e não tem nenhum crime nisso", continuou.
O caso do gasto no restaurante japonês ocorreu em agosto, após o vereador cumprir agenda política na capital paulista. O ticket médio para alimentação dos funcionários da Câmara de Votorantim é R$ 30. A nota do gasto total do vereador na capital foi de R$ 302,17.
Após a repercussão negativa na cidade, o vereador divulgou em suas redes sociais que distribuiu cestas básicas para compensar o gasto feito no restaurante japonês. "Assumo meu erro, corrijo as falhas e avanço, hoje fiz a entrega de +10 cestas básicas para compensar o valor que gastei em uma refeição, pedindo reembolso na capital. Acredito que também sou humano e erro, não tenho problema em admitir isso, por isso estou fazendo essa compensação através da doação de cestas básicas para instituições", escreveu Piatti em sua conta no Facebook.
Mais redução na Câmara
Outra iniciativa de Zelão é a redução de doses de café servidas ao mês na Câmara, ação que não ocorria nas presidências anteriores. Conforme o atual presidente, quando ele assumiu a mesa-diretora, o contrato havia sido renovado para 12 meses. Porém, Zelão reduziu o contrato original em 30%, pois propôs à empresa uma redução nos valores.
O valor que faltava pagar de R$ 46.929,00 passou a ser, R$ 32.850,30. Outro ponto que ele destaca no contrato é que, na gestão anterior, mesmo a câmara tendo ficado fechada por 4 meses, as parcelas foram pagas sem negociação para reduzir. Mas, o Tribunal de Constas pediu a devolução nesta gestão, e Zelão negociou o valor.