Isabela Palhares, da Folhapress
Para 81% dos pais de São Paulo e 83% do Rio de Janeiro, o rendimento escolar dos filhos piorou neste ano com a pandemia do novo coronavírus, segundo pesquisa Datafolha. A maioria também defende a volta das aulas presenciais no próximo ano letivo.
A pesquisa foi feita nos dias 24 e 25 de novembro com 1512 eleitores da capital paulista e 1.148, da capital fluminense. O índice de confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro para este seguimento da pesquisa, pais com filhos em idade escolar, é de 5 pontos percentuais em São Paulo e de 6 pontos percentuais no Rio (7 no caso de pais de estudantes da rede pública, neste último caso).
Na capital paulista, 30% dos eleitores dizem ter filhos em idades escolar; na fluminense, são 24% - em ambos os casos, a parcela que tem filhos matriculados na rede pública é majoritária (24% em São Paulo, ou 4 em 5 dos pais de estudantes, e 20% no Rio, ou 5 em 7). A margem de erro da pesquisa como um todo é de 3 pontos percentuais.
Em São Paulo, 57% dos pais defendem que as escolas "voltem a ter aulas presenciais como era antes da pandemia" e 28% querem alternância entre atividades presenciais e pela internet. Apenas 14% disseram querer apenas atividades remotas.
No Rio de Janeiro, 54% querem a volta presencial, 30% defende a alternância de modalidades e 14%, apenas com aulas pela internet.
Nas duas cidades, as pessoas com menor renda familiar são as que mais desejam a volta das aulas presenciais. Em São Paulo, 62% dos que têm renda de até 2 salários mínimo defenderam essa opção para o próximo ano. Nas famílias com renda superior a 10 salários mínimos, esse formato é defendido por apenas 35% dos entrevistados.
Para a maioria dos pais, o desempenho escolar dos filhos piorou neste ano com a suspensão das aulas presenciais pela falta de estrutura das escolas para o ensino pela internet (34% no Rio e 24% em São Paulo), pela dificuldade de acompanhar os filhos nas atividades (19% no Rio e 27% em São Paulo) e falta de acesso à internet (19% nas duas cidades).
Entre as famílias com renda de até 2 salários mínimos, a dificuldade de acesso à internet foi o principal motivo apontado em São Paulo, por 30% dos entrevistados. Já entre os que têm renda superior a 10 salários mínimos, nenhum apontou esse motivo, sendo 28% indicou a falta de preparo dos professores e 28% a falta de interesse dos filhos como razão da piora no desempenho.
No Rio, as pessoas que estão desempregadas são as que mais defendem a volta das aulas presenciais - 71%. Em São Paulo, a opção é mais defendida por aposentados (73%) e assalariados sem registro (71%). Nas duas cidades, os funcionários públicos são o grupo que mais defendem a continuidade das atividades remotas no próximo ano - 45% no Rio e 25% na capital paulista.