ARTES/SOROCABA – O ano de 2021 não foi um ano fácil para os trabalhadores da Arte e da Cultura de Sorocaba e Região. Entretanto o ano de 2021 foi melhor do que 2020, desde que mergulhamos no desconhecido mundo da pandemia COVID 19.
No segundo semestre 2021, na sequência ao aumento da vacinação, os artistas puderam voltar aos poucos, presencialmente, a ocupar os espaços de apresentação. Assim, o mercado das Artes e da Cultura voltou a produzir e circular recursos.
Um grande estrago. Muitos grupos de teatro da região metropolitana de Sorocaba deixaram de existir. Não resistiram à falta de apoio, seja do poder público, ou seja, da sociedade como um todo. Mortes, espaços fechados, etc. Um tempo difícil.
Ao mesmo tempo os artistas da região se mobilizaram e produziram festivais de teatro regionais online, shows de música, lançamentos de livros, vernissages e exposições híbridas. Cada qual buscando inventar para continuar a existir. E assim foi.
No caso de Sorocaba o que se viu foi pouco ou nenhum apoio da SECULT aos artistas. Nenhum projeto relevante foi realizado no primeiro semestre. No segundo semestre a Secretaria da Cultura seguiu a mesma toada. E para coroar deixou ser aprovado na câmara o pior orçamento para a pasta, dos últimos dez anos. A Cultura não faz parte do discurso do atual governo. Nem mesmo a doação da Oficina Grande Otelo foi tutelada pelo governo municipal. A deputada estadual Maria Lúcia Amary acompanhou de perto a questão até o seu desenlace.
Mas este “descuido com a Cultura e as Artes” não aconteceu em todas as cidades da região metropolitana. Na vizinha Votorantim não faltou criatividade a equipe da Secretaria da Cultura comandada por Marcelo Domingues para desenvolver propostas e projetos destinados a valorização e envolvimento dos artistas locais. Realizou concursos, propôs encontros, organizou exposições, intervenções pela cidade, etc. Assim, também, se viu ações culturais nas cidades da região, como por exemplo, Itu ( secretária Maitê Velho) e São Roque. Esta ultima, na primeira semana de dezembro, reuniu mais de 150 artistas da região metropolitana no III FESTÃO – Festival de Teatro da Região Metropolitana de Sorocaba. A diretora de cultura Cassiane Souza fez toda a diferença no sucesso do evento. Acompanhou todos os dias do começo ao fim o festival. Ofereceu condições para alojar os artistas, desenrolou as questões burocráticas e cuidou de todos os detalhes.
Assim, encerramos o ano de 2021 com destaque ao espetáculo ENTRE com direção de Robson Catalunha, a exposição no MACS de Laura Mattos, a ocupação artística em prol do espaço da antiga Oficina Cultural Grande Otelo capitaneada por Márcia Mah, a Trienal no SESC, o painel do Eduardo Kobra, os shows e cursos realizados pela MdA sob o olhar atento de Marco de Almeida, a reabertura do Teatro Escola Mário Pérsico, a retomada das atividades na MALOCA Centro Cultural, o III FESTAO, o lançamento do livro No Rastro das Tropas de Sérgio Coelho, o I Festival de Artes Integradas, o Festival de Artes Híbridas e muito mais.
Com certeza o ano de 2022 continuará sendo um ano nada fácil para os artistas, as Artes e a Cultura. Mas sempre há a motivação dos artistas para fazer diferente. Há, também, a esperança, a garra para mudar o que aí está.
Que venha 2022. Boas festas.
José Simões é professor e crítico teatral