Mônica Bergamo, da Folhapress
Depois de apresentar um projeto de lei que obriga deputados e senadores a fazerem exames toxicológicos periódicos, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) agora quer incluir o teste no rol de requerimentos para o registro de candidaturas a cargos eletivos. A detecção do uso de drogas ilícitas, segundo sua proposta, implicaria em indeferimento.
"Representantes de uma nação que se organiza sob o princípio do Estado democrático de Direito devem ser, ou ao menos procurar ser, uma reserva de exemplos para o país, à semelhança de um farol que guia a rota dos navegadores nas noites escuras e tempestuosas", afirma a parlamentar em sua justificativa.
No mês passado, ao propor o toxicológico para todos os parlamentares, Zambelli o fez em resposta ao deputado Aécio Neves (PSDB-MG), autor de proposta que prevê tratar a vacina da Covid-19 como o voto obrigatório, criando penalidades como as que são aplicadas em casos de não comparecimento às urnas.
Atualmente, o eleitor que não regulariza sua situação com a Justiça eleitoral está impedido de fazer alguns tipos de empréstimos, tirar passaporte, ser nomeado para cargo público, receber salário de função ou emprego público e renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial, como as universidades públicas.
Na ocasião, Zambelli fez coro à base bolsonarista, que repudiou a proposta do tucano. "É um absurdo interferir na liberdade individual", afirmou a deputada. "E também que haja sobre a população recorrentes dúvidas quanto à sobriedade dos parlamentares. A classe política deve ser exemplo e, infelizmente, não o é há muito tempo."