Jovem Pan News
O apresentador e jornalista José Luiz Datena participou do programa Pânico nesta quinta-feira, 8, e falou sobre os motivos de não entrevistar mais o presidente Jair Bolsonaro. “Os caras estavam dizendo que eu era porta-voz dele, eu sempre entrevistei ele jornalisticamente falando, fiz perguntas que os outros não fizeram, perguntei se ele ia dar golpe, falei com ele quando ele caiu no banheiro e perdeu a memória. Ele sempre foi um cara muito legal comigo, desde a campanha presidencial. Eu gosto do Bolsonaro, mas faz tempo que não converso com ele. Não sou obrigado a pensar do jeito que ele pensa e nem ser amigo dos amigos dele”, explicou.
Sobre a afirmação do presidente de que ‘Acabou com a Lava-Jato porque não tem corrupção no seu governo‘, Datena disse acreditar que Bolsonaro é honesto e que a corrupção no Brasil jamais vai acabar. “Ele falar que não tem corrupção no Brasil é sacanagem, a corrupção existe aqui desde que chegaram as caravelas, existe no mundo inteiro, mas aqui é exagerado. O Bolsonaro se elegeu com base de proteger a Lava-Jato, a prova é de que o super-ministro dele era o [Sergio Moro]. Agora dizer que ele acabou com a corrupção no governo dele, ele nem sabe”, disse. O apresentador também comentou sobre o caso das rachadinhas no gabinete do então deputado estadual e filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Ele diz não ter dúvidas de que Bolsonaro “nunca meteu a mão em nada”. “Eu não tenho dúvida nenhuma de que ele não é ladrão. Não sou investigador, mas a partir do momento que mexeram com a família, ele teve várias preocupações. Eu espero que quem tenha que investigar apure isso [o caso das rachadinhas]”, diz.
Perguntado sobre os reais motivos para não se lançar de fato na política, o jornalista contou que o sonho está vivo, mas não tem experiência suficiente. “Quando o nível estiver legal pra entrar eu entro. Ainda tenho o sonho de entrar na política, mas não sei quando. Já pensou pegar alguém que não tem experiência com administração pública, depois de uma crise por causa da pandemia da Covid-19? Se o cara não souber alguma coisa ele vai afundar a cidade. Eu pensei que ia afundar e caí fora. Tem que pensar muito bem antes de entrar na política. Acho arriscado um cara que dá opinião todo dia, que fala mal dos outros se expôr assim”, finalizou. Sobre a eleição de 2020 para a Prefeitura de São Paulo, Datena comentou sobre a candidatura de Celso Russomanno (Republicanos), que lidera as pesquisas de opinião entre o eleitorado. “Não vi o debate inteiro [na Band], ninguém aguenta ver o debate inteiro, mas é uma chance das pessoas verem as ideias dos candidatos. Eu não vou votar em ninguém, do mesmo jeito que falei que não votei em ninguém na última eleição”, disse. “A Band foi bem com o distanciamento social no debate. Acho que a Record cancelou o de lá porque o Celso Russomanno é ruim de debate, ele fala bem, mas na hora do debate ele amarela. Quanto menos o Russomanno falar, mas chance ele vai ter. Parece que ele não tem conteúdo”, disparou.