O processo para religar o serviço de água em residências de Sorocaba vem gerando polêmica entre os munícipes. Isso, porque quando um morador precisa que o fornecimento seja novamente oferecido a um imóvel que teve o serviço cortado, tem que além de quitar as dívidas pagar um valor ‘extra’ apenas para a retirada de um lacre. Ou seja, uma família que estava sem água, por falta de pagamento e dificuldades financeiras, quando enfim consegue a quantia necessária para zerar as pendências tem que pagar mais uma taxa, em torno de R$ 100, para que o serviço seja de fato ofertado.
“Especialmente nas últimas semanas recebi uma série de reclamações sobre essa ação do SAAE. Pessoas me perguntando por que um valor tão alto é cobrado apenas para retirar um lacre. Eu também acho essa cobrança altíssima, especialmente pensando que ela é aplicada em famílias que podem estar passando por dificuldades, e por isso deixaram de pagar a água”, explica o vereador Péricles Régis (MDB).
As críticas sobre essa ação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (SAAE) ganharam maior repercussão após a recente notícia de que a autarquia agora recebe pedidos de religação via WhatsApp. “Ajudei a divulgar a informação em minhas redes sociais e foi quando recebi uma série de questionamentos sobre a cobrança. Foram mais de 100 munícipes indagando essa situação, por isso estou atrás de respostas oficiais”, diz Péricles que completa que sua equipe tentou contato telefônico com o SAAE em três ocasiões, sendo atendido em todas elas, porém em nenhum momento foi localizado algum funcionário que pudesse informar o valor da tarifa cobrada pela retirada do lacre plástico.
Diante da problemática o parlamentar apresentou na última sessão ordinária um requerimento ao Executivo em que questiona esses valores. Entre os questionamentos estão as especificidades da cobrança, detalhes do procedimento e as despesas envolvidas e, por fim, se existe algum tipo de isenção dessa taxa, como por exemplo para famílias de baixa renda.
“A retirada do lacre, embora demande deslocamento de equipe, ao que parece é um procedimento simples e rápido, o que não justificaria a cobrança de um valor tão alto. Isso se torna ainda mais grave quando falamos de um serviço que é fundamental, como o fornecimento de água, para pessoas que em sua maioria tiveram a água cortada por falta de pagamento, atravessando momentos de instabilidade financeira”, aponta o vereador.
Péricles afirma que seguirá acompanhando o caso, estudando se há alguma irregularidade nesta cobrança enquanto aguarda respostas do Executivo, que tem até 30 dias para dar esse retorno à população.