Já escrevi artigos da vida do advogado e jornalista Ubirajara Baptista Ferreira. Em todas as vezes que o jornal publicava, o “Bira”, como eu o chamava, fazia questão de comentar os textos das histórias que eu narrava. Foi nos anos de 1980 que tivemos o nosso primeiro contato. Como diretor da Associação Sorocabana de Imprensa (ASI), ele dizia naquela época, da qualidade dos jornalistas do jornal Cruzeiro do Sul e Diário de Sorocaba. Anos depois, com a chegada do jornal Ipanema, impresso pelo Grupo Pagliato, as mesmas referências de elogios recaíam aos profissionais do Sistema Ipanema de Comunicação.
Foi também nesse período em que assumi a presidência da ASI que recebi o apoio irrestrito do jornalista Ubirajara Ferreira. Ele gostava de escrever sobre eventos sociais. Acredito que seja porque ele sempre esteve ligado às diretorias do Ipanema Clube e Sorocaba Clube. A sua interação com esses clubes o conduzia a cargos de diretoria. Um comunicador nato, Ubirajara se destacava nos seus discursos. Era inteligente e com uma sabedoria adquirida nas escolas que frequentou. Um mestre de simpatia em agregar amigos em torno de si. Como advogado, a sua atuação no Hospital Modelo assessorando a presidência, nas decisões jurídicas, eram embasadas na ética e na legislação médica.
A notícia do seu falecimento veiculada na quarta-feira, 5 de abril, foi rapidamente comentada por seus inúmeros amigos e familiares. Os elogios na conduta da sua vida em 92 anos de existência tocaram muitos corações de sentimentos de saudade. Sandra Vergili, ex-presidente da ASI comentou: ”Um homem superinteligente, bem informado, culto”. Um dos fundadores do Panathlon Clube de Sorocaba, Ubirajara assumiu a presidência da entidade que é até hoje a maior representação esportiva de Sorocaba. Na Faculdade de Direito (FADI), foi um dos líderes estudantil e, depois de formado, um ilustre mestre e amigo dos alunos.
Sua atuação em Sorocaba, em associações, como a ACM e Guarda Mirim, são repletas de reconhecimentos do público. Essa tendência de liderança na sua origem familiar vem desde criança. Um irmão que sabia dividir os brinquedos e compartilhar os momentos de festas. A sua sobrinha Áurea Virginia Mendes Ferreira comentou: “Hoje o tio Ubirajara e os seus irmãos estão juntos novamente na Glória do Céu. Nossa família fica triste e pobre, sem os conhecimentos desse grande homem, que era uma sumidade. Ubirajara Batista Ferreira, nosso tio Bira. Dê um beijo enorme em todos e continue sendo esse “chato”, como gostava de ser autodenominar, que amávamos tanto, olhe e interceda por nós aí de cima.
“Combateu o bom combate. Guardou a fé”, como disse São Paulo.
Ubirajara Ferreira Baptista era casado com Maria Cecília Graziosi Ferreira. Tinha três filhas. Vera, Maria Lígia e Ieda.
Foi sepultado dia 6 de abril no cemitério da Saudade.
Vá em paz, Bira.
Vanderlei Testa (artigovanderleitesta@gmail.com) Jornalista e Publicitário