Ainda que não esteja dentro das prioridades do governo da prefeita Jaqueline Coutinho, que está focada no ajuste das contas públicas, especialmente no que se refere ao déficit orçamentário da Secretaria da Saúde, o projeto para uso dos trilhos da ferrovia sorocabana como mais uma opção de transporte coletivo foi pauta da revista inglesa Railway Gazette International, distribuída em mais de 140 países.
A matéria jornalística enfatiza o projeto de implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) utilizando os trilhos que cortam a cidade, cicatriz urbana que está em degradação, como forma de interligar a Zona Leste à Zona Oeste por meio de um trem rápido de passageiros.
O jornalista húngaro Benjamim Zelki assina a reportagem e, para escrevê-la, esteve em Sorocaba. De acordo com o que viu por aqui, os trilhos, da forma como estão hoje, pouco oferecem à cidade. Nesse caso, o ideal, segundo os técnicos da Urbes, seria incentivar o adensamento misto (residencial e comercial) no entorno e atrair investidores para as áreas demarcadas pelos trilhos do trem.
A intenção seria conceder o uso desse espaço para o setor privado através de parceria público-privada, planejamento futuro que pode ser colocado em prática momento oportuno. É um meio de transporte coletivo e sustentável, de eficiência energética, para a cidade, dentro de uma rede estruturante de transporte composta por outros modais. “Trata-se de um projeto que é mais uma opção para o futuro do transporte coletivo que envolve eficiência energética, dentro de uma rede estruturante de transporte composta por outros modais, como o BRT, por exemplo. Neste momento, ele não é prioridade de governo, mas não será descartado”, diz o secretário de Relações Institucionais e Metropolitanas, Flávio Chaves.
Urbanização sustentável
De acordo com o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTUM) de Sorocaba, o Transit Oriented Development (TOD) – Desenvolvimento Orientado pelo Transporte, é uma das estratégias mais eficazes para promover urbanização sustentável ligando o planejamento do uso do solo com o de transporte.
O objetivo do TOD é que os deslocamentos da população para morar e trabalhar não ultrapassem 8 quilômetros de ida ou volta. Ou seja, proporcionar desenvolvimento em torno do transporte coletivo, promovendo a maximização do acesso ao transporte coletivo para incentivar os residentes ou usuários a satisfazerem suas necessidades básicas, profissionais e sociais sem usar o automóvel.
Outra premissa é promover a integração social e criar espaços que valorizem a convivência social. São medidas que resultam em benefícios para a qualidade do ar, vantagens para a saúde e um melhor retorno financeiro para os investimentos de infraestrutura de transporte coletivo.