Com o objetivo de estreitar a conversa entre entidades que representam os deficientes visuais e a Concessionária BRT, a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico e da Urbes – Trânsito e Transporte, mediou uma reunião realizada nesta terça-feira (28), que contou com a presença de membros do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (CMPcD), da ASAC (Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais), do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) e da empresa certificadora das obras, visando dar melhores opções de acessibilidade às pessoas com deficiência visual nos pontos de ônibus e estações do BRT.
A reunião partiu de um pedido feito pelo Conselho da Pessoa com Deficiência, após rumores que colocaram em xeque a aplicabilidade correta das normas técnicas de acessibilidade.
O foco principal da reunião foi discutir a efetividade do piso podotátil instalado nos pontos de ônibus e estações que fazem parte do novo sistema do transporte coletivo. Ainda que estejam dentro das normas previstas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o piso podotátil de alguns pontos de ônibus do Sistema BRT passarão por alterações, a pedido do Conselho da Pessoa com Deficiência e dos demais presentes ao encontro. A meta é dar opções aos cegos e pessoas com baixa visão de escolher entre guiar-se pelo piso podotátil ou pela parede.
“Trata-se de um importante momento para debater melhorias para a cidade. Nosso esforço é melhorar a acessibilidade como um todo, principalmente ao tratarmos de uma obra importante como a do BRT”, destacou Gilmar Tadeu, secretário de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico
O que diz a norma ABNT
A norma orienta que, uma vez que as calçadas fora da área de influência do BRT não possuem acessibilidade, a pessoa com limitação visual deve ser direcionada para uma barreira edificada de modo que consiga se deslocar tendo como referência uma estrutura existente.
A Concessionária BRT já antecipou que fará adequações no piso podotátil do ponto de ônibus foco das críticas, conforme solicitação dos presentes, porém deixando de seguir a norma técnica.
Comissão de análise
Juntos, os representantes das entidades, as pessoas com baixa visão, o BRT e a Semob decidiram reunir informações de dez pontos de ônibus que podem servir como guias para as futuras instalações dos elementos de acessibilidade. Com essa lista definida, serão feitas visitas técnicas aos pontos escolhidos e estes servirão de modelo para as futuras adequações.
“Cada ponto de ônibus tem suas particularidades, alguns com calçadas estreitas, outros com obstáculos que precisam ser sinalizados. Com essa lista teremos um guia de como tratá-los, caso a caso. As cidades são feitas para os carros e juntos podemos pensar o que precisamos fazer para que ela se torne uma cidade para pedestres”, complementou Tadeu.
Em outubro de 2019 uma vistoria realizada pelo CMPcD nas paradas do Corredor Sul (as primeiras a serem implantadas) foram avaliadas e melhorias executadas, atendendo os pedidos feitos naquela ocasião.