Medicamentos e estratégias para evitar ou reduzir o contato com o pólen estão entre as medidas, segundo as orientações da otorrinolaringologista do Hospital São Vicente
Nem tudo são flores, em especial para quem sofre com alergias respiratórias durante a primavera. A estação, que tem início no próximo dia 22 de setembro, é marcada pela intensa polinização de algumas plantas. E as partículas de pólen que ficam suspensas no ar podem causar as crises. A boa notícia é que é possível tomar algumas medidas de prevenção desde já.
De acordo com a otorrinolaringologista Mariele Lovato, especialista em alergias respiratórias e parte do corpo clínico do Hospital São Vicente, em Curitiba, o contato da substância com as mucosas - do nariz, garganta e dos olhos - é que vai causar as reações alérgicas. Congestão nasal, irritação e coceira estão entre as consequências.
O ideal é que a prevenção aconteça entre a metade de agosto e estas semanas que antecedem a primavera, lembra Mariele. “O mais importante é trabalhar para fortalecer a imunidade”, salienta. O que pode ser feito com o uso de medicamentos e da imunoterapia.
Prevenção com medicamentos
Para não desenvolver o quadro - ou amenizar os problemas - explica a médica, a única maneira é começar um tratamento antes que aconteça o desenvolvimento da alergia. “Esse tratamento é medicamentoso e vai depender do tipo de alergia que a pessoa costuma apresentar. Por isso, é fundamental que seja feito com orientação médica”, alerta.
Além dos medicamentos, Meriele indica imunoterapia para rinite alérgica, ou vacina antialérgica, que também funciona muito bem na prevenção de alergias relacionadas ao pólen. “Ela pode controlar bem a doença e favorecer a qualidade de vida”, diz.
Cuidados com o ambiente
As outras orientações da otorrinolaringologista têm a ver com evitar ao máximo o contato com o agente causador das alergias. Em casa, ela recomenda que se deixe as janelas fechadas no início da manhã e no final da tarde, quando a quantidade de pólen dispersa no ar é maior.
Um cobre-leito na cama também vai evitar que o pólen se deposite no travesseiro, causando crises na hora de dormir. Ao fazer a limpeza, ao invés de varrer, o ideal é usar um pano molhado para tirar o que pode entrar pela janela e não o deixar suspenso no ar dentro de casa.
Cuidados com o corpo
A quantidade das substâncias presentes no ar também deve ser observada por quem gosta de praticar atividades ao ar livre, como corridas e caminhadas em parques, por exemplo. “Caso o ar esteja com muita concentração de pólen, convém buscar outro horário ou uma atividade indoor. Mas nunca deixar de fazer atividade física, porque o exercício favorece a imunidade e ajuda a combater as crises alérgicas”, reforça.
O soro fisiológico e a lavagem nasal diária são mais dois aliados de quem sofre com as crises alérgicas. Ao fazer a higienização, reduz-se o tempo de contato da mucosa com o pólen.
Para remediar
Mariele lembra que a alergia ao pólen é mais intensa e “derruba” mais do que a alergia a poeira e ácaros. Os sintomas, conta, são muito parecidos com os de um resfriado leve e raramente serão aliviados por medicamentos antialérgicos que podem ser comprados sem receita. “Por isso, na doença aguda, se a crise vier, é importantíssimo procurar ajuda médica”, finaliza.