22 de Novembro de 2024
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Relacionamento Abusivo é tema de capacitação com profissionais de escolas

Postado em: 20/02/2019

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Cerca de 30 profissionais de escolas estaduais de Sorocaba receberam nesta terça-feira (19) uma capacitação do projeto “A Marca na Rosa”, uma iniciativa da Prefeitura de Sorocaba, por meio da Coordenadoria da Mulher da Secretaria da Cidadania e Participação Popular (Secid), que vai atuar a partir de março com a questão do Relacionamento Abusivo na rede pública de ensino. O encontro ocorreu na Diretoria de Ensino de Sorocaba.

O objetivo do projeto “A Marca na Rosa”, lançado em novembro de 2018 pela secretária Suélei Gonçalves, é contribuir para que os jovens tenham uma melhor compreensão do que é um relacionamento abusivo e assim diminuir o número de meninas vítimas de agressões, principalmente por seus namorados ou companheiros, esclarecendo os malefícios causados por relacionamentos ciumentos e conturbados. A iniciativa conta com a parceria das secretarias de Educação (Sedu) e da Cultura (Secult).

O bate-papo foi realizado com os profissionais das escolas que receberão o projeto no primeiro semestre deste ano. Uma nova capacitação será realizada com as escolas atendidas no segundo semestre.

Na ocasião, a responsável pela Coordenadoria da Mulher, Ana Cristina Miragaia, falou sobre a Lei Maria da Penha, as formas de violência (física, psicológica, sexual, moral e patrimonial) e sobre o ciclo da violência. “Nós temos visto diariamente casos de feminicídio na mídia. A violência física é a menos tolerável pela sociedade, porque qualquer um vê o estrago que é feito. Mas a violência mais difícil de ser curada é a psicológica, porque é invisível, ou seja, ninguém vê o que está acontecendo com aquela pessoa e muitas vezes anos de terapia não é capaz de reparar os danos”, destaca Miragaia.

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A coordenadora da Mulher também falou sobre as características de um agressor, como o ciúme patológico e a ausência de habilidade de lidar com conflitos; sobre as marcas da violência na mulher, como a baixa autoestima, ansiedade e depressão; e os motivos que levam as vítimas de violência a permanecerem em silêncio em algumas situações. “Existem vários motivos. Um deles é o medo de denunciar e não acontecer nada com o agressor, além do medo de ser julgada pela família e pelos amigos. Muitas vezes ela prefere suportar essa violência para que ninguém saiba de nada e não a julgue”, enfatiza.

Outro assunto tratado foi a ampla rede de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica em Sorocaba, na qual toda mulher que passa por essa situação pode contar com o apoio de profissionais capacitados para ajudá-las. Entre os órgãos, estão o Centro de Referência da Mulher (Cerem), Centro Especializado de Reabilitação do Autor em Violência Doméstica (Cerav), Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), Coordenadoria de Políticas para Mulheres, Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Defensoria Pública, Guarda Civil Municipal (GCM) e a Vara do Juizado Especial Criminal e da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Miragaia também apresentou o aplicativo Botão do Pânico, lançado em fevereiro de 2018 pelo prefeito José Crespo, mostrando como funciona esse instrumento de defesa das mulheres que possuem medida protetiva. Ao final, Ana Cristina Miragaia apresentou aos profissionais como vai funcionar o projeto “A Marca na Rosa”.

Para a vice-diretora da E.E. “Prof. Joaquim Izidoro Marins”, Nilce Maria de Oliveira Pereira, a iniciativa da Prefeitura de Sorocaba de levar o tema nas escolas é fantástica. “Esse trabalho será maravilhoso, pois vemos muito essa questão da violência nos relacionamentos com os alunos da escola, e o mediador tem esse papel. Com ele, os alunos se sentem seguro para se abrir”, declarou.

Quem também participou da capacitação foi a diretora da E.E. “Prof. Antônio Cordeiro”, Nilza Maria Pires. Segundo ela, o mediador exerce muito bem esse papel nas escolas. “Ele é fundamental na mediação de conflitos, inclusive da questão do relacionamento abusivo”, afirma.

Como o trabalho será realizado nas escolas

O projeto tem como intuito promover o diálogo e a conscientização de alunos do Ensino Médio de escolas estaduais e 9º anos das escolas municipais sobre a questão de relacionamentos abusivos.

Como estratégia definida pela Coordenadoria da Mulher, de março a novembro deste ano, as escolas públicas receberão a exposição fotográfica do projeto, assim como rodas de conversa para debater sobre relacionamentos abusivos. Durante o bate-papo com os alunos, um material educativo também será distribuído entre as jovens, com informação sobre relacionamento abusivo e os locais onde elas podem conseguir ajuda no município.

Outra ação será colocar uma “Caixa de Segredo” nas escolas que receberem o projeto para que os alunos façam perguntas sobre o tema. Isso permitirá que o mediador da roda de conversa faça um diagnóstico da realidade e das principais dúvidas dos jovens que participarão.

Já a exposição de fotos do projeto que está circulando desde novembro do ano passado em vários espaços de Sorocaba chegará também às escolas. A mostra traz imagens de garotas que foram retratadas, num visual contemporâneo, como vítimas de violência causada por relacionamentos abusivos, além de trechos do poema “A Marca na Rosa”, escrito pela jovem Estéfany Vitória Saez, de 18 anos de idade, e um banner do violentômetro, que orienta as mulheres a prestarem atenção em comportamento e ações que podem evoluir para ofensas, ameaças e abuso sexual.

Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pelo telefone (15) 3229-3440 (Coordenadoria da Mulher).

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