A redução abrupta do número de passageiros no transporte urbano de Sorocaba preocupa a Urbes, principalmente na questão de arrecadação de receita para o pagamento dos trabalhadores da área. Apesar de reconhecer a importância do combate e prevenção ao coronavírus, o presidente da Urbes, Sergio Pires Abreu, afirmou que a demanda atendida atualmente é baixa. A afirmação foi feita nesta manhã de quarta-feira (1), durante o Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba.
Com frota reduzida em cerca de 40%, o transporte trabalha para atender a serviços essenciais como profissionais da área da saúde, segurança pública, coleta de lixo, funcionários de supermercados e farmácias e vigilantes bancários.
A redução ocorre após o sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região tomar a iniciativa de reduzir o número de trabalhadores na área por conta do coronavírus. No início, a paralisação seria total, mas a Urbes conseguiu liminar na Justiça determinando que parte da frota circulasse normalmente.
"Precisamos ter um bom relacionamento do ponto de vista das partes [refere-se ao sindicato dos Rodoviários e empresas de transporte]. Agora é momento de união. Estamos preocupados com o emprego", disse Abreu.
Conforme o divulgado pelo presidente da Urbes, em dia útil, o transporte público de Sorocaba opera com mais de 120 mil passageiros. Hoje, devido à redução, esse número caiu para 30 mil. "Estamos operando abaixo de 20%. Temos cinco ou seis linhas com um pico acima do banco. Apelamos para o sindicato de ônibus isso", afirmou o entrevistado.
"Nesse momento, as empresas seguem legislação federal que estabelece a tarifa técnica de passageiros, ou seja, o serviço é pago por passageiro. Buscamos nosso limite, ponto de equilíbrio. Isso é preocupante, porque [precisamos pagar] salários. Se não tem contrapartida da receita, não tem como fazer o serviço".
Já sobre o impasse das empresas concessionárias com o sindicato a respeito do fornecimento de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) contra o coronavírus, como álcool em gel e máscaras, aos trabalhadores, a Urbes disse ter intermediado a situação e Abreu afirmou que não haverá paralisação do transporte público. "Todos os EPIs e demais equipamentos, ou aquilo que houve conversa com o sindicato estão sendo cumpridos".