Jovem Pan News
Em nota divulgada nesta segunda-feira, 7, o Partido dos Trabalhadores (PT) disse considerar democrática a eleição para a Assembleia Nacional da Venezuela. O pleito foi boicotado pela oposição e registrou forte abstenção. O comunicado do partido saúda as eleições do país e diz mostrar “grande manifestação da vontade popular no processo de transformação política, social e econômica daquele país ao longo das duas últimas décadas”. A nota é assinada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e pelo secretário de relações internacionais, Romênio Pereira. As eleições deram vitória com folga aos aliados do mandatário venezuelano, Nicolás Maduro. No entanto, a credibilidade da disputa é questionada por organismos internacionais, pois não há condições para a realização livre do pleito. Mas, para o PT, a eleição é uma resposta às pressões que Maduro vem sofrendo “por parte do governo dos Estados Unidos e de vassalos como Jair Bolsonaro”. O texto ainda coloca o partido como “solidário ao governo constitucional e ao povo da Venezuela e contra os golpistas que querem derrubar o processo de transformação iniciado pelo ex-presidente Hugo Chavez”.
Pelo menos 18 países questionam legitimidade das eleições, entre eles o Brasil que publicou, nesta segunda-feira, 7, pelo Ministério das Relações Exteriores, uma nota com outros 15 países americanos afirmando que o governo de Maduro é “ilegítimo” e que a votação foi ilegal por ter sido realizada “sem as garantias mínimas de um processo democrático” e sem a “participação de todas as forças políticas”. Além do Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia também assinam o comunicado que pede, ainda,que a Venezuela se comprometa encontrar uma “solução pacífica e constitucional que leve o país a eleições presidenciais e parlamentares livres, justas e críveis”. Pelo Twitter, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o regime de Maduro “só se legitimará aos olhos daqueles que apreciam ou toleram a ditadura e o crime organizado”, afirmando ainda, em outra publicação, que opressão, fome e “mais força para o crime” são parte do resultado para qualquer “legitimação” de Maduro. “O Brasil continuará trabalhando, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela. Defenderemos a segurança, a dignidade humana e a liberdade na América Latina e em todo o mundo”, finalizou.
*Com informações do repórter Fernando Martins