Quem não tem acesso ao sistema prisional, nem imagina que a vida dos encarcerados vai muito além dos banhos de sol. Antes da pandemia, as atividades estavam voltadas para ações que vão desde Jornada da Cidadania e Empregabilidade a cursos profissionalizantes, tudo pensando no processo de ressocialização para diminuir as chances de reincidência de egressos.
Com a chegada da Covid-19, o sistema prisional do Estado de São Paulo teve que se adaptar à nova realidade, sem deixar de lado o objetivo principal da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP): ressocializar. Por isso, obedecendo ao Centro de Contingência do Coronavírus, é que as unidades prisionais começaram a desenvolver atividades que, além de alcançar o seu intuito principal, pudessem contribuir com a saúde mental dos reeducandos, em tempos de ociosidade.
Foi assim que a diretoria do Centro de Trabalho e Educação (DCTE) da Penitenciária Dr. Danilo Pinheiro, de Sorocaba I, promoveu de março a outubro, vários eventos esportivos e artísticos, nos regimes semiaberto e fechado.
Para Flávio Martins, diretor do DCTE, o objetivo principal é promover a ressocialização por meio da interação entre os reeducandos, situação motivada nos jogos, por serem interativos.
Um dos ganhadores da competição, na modalidade xadrez, encarcerado há cinco anos, conta que aprendeu o jogo quando entrou no sistema prisional e assim desenvolveu equilíbrio e paciência. Ele lembra que, quando estava em liberdade, sempre jogava futebol.
A competição teve festival de teatro, futebol, xadrez, dama, dominó, boliche, tai chi chuan, aikido, malha, levantamento de peso, queda de braço, corrida e artesanato.