Bernardo Caram, da Folhapress
O número de pedidos de seguro-desemprego apresentou um salto de 76% na primeira quinzena de maio deste ano, se comparado com o mesmo período de 2019. A informação foi divulgada pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (21).
Nas primeiras duas semanas deste mês, foram registradas 504 mil solicitações da assistência do governo a pessoas demitidas sem justa causa. Na primeira, quinzena de maio de 2019, o número foi de 286 mil.
O número também é maior do que os 481 mil observados na segunda quinzena de abril deste ano, quando o país já enfrentava a pandemia do novo coronavírus.
Neste ano, o seguro-desemprego já foi liberado a 2,8 milhões de pessoas, uma alta de 9,6% em relação a igual período de 2019.
De acordo com o Ministério da Economia, o número ainda apresenta uma defasagem e pode ser maior porque o fechamento de agências do Sine (Sistema Nacional de Emprego) fez com que muitas pessoas não solicitassem o benefício.
O governo estima que 250 mil pessoas foram demitidas sem justa causa, estão aptas a receber o auxílio, mas ainda não fizeram o pedido.
O seguro-desemprego é uma assistência financeira temporária paga pelo governo a trabalhadores dispensados sem justa causa. O valor do benefício varia de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.
A pessoa demitida tem quatro meses de prazo para requerer o auxílio no Sine, no portal "gov.br" ou no aplicativo de celular "Carteira de Trabalho Digital".
O Ministério da Economia afirma que, uma vez feita a solicitação pelo trabalhador, não há fila de espera para concessão do benefício.
Membros do governo afirmam que a medida colocada em vigor em abril que permite corte de jornadas e salários está surtindo efeito. Sem ela, dizem, o número de demissões durante a crise seria muito maior.
O programa autoriza empresas a fazerem acordos com seus funcionários para suspender integralmente contratos por até dois meses ou para reduzir jornadas e salários por até três meses. Nesses casos, o governo entra com uma compensação em dinheiro para os trabalhadores atingidos.
Até o momento, 8 milhões de trabalhadores formais tiveram contratos suspensos ou salários e jornadas reduzidos.