FOLHAPRESS
Amigos e fãs de Ricardo Boechat prestaram homenagens nesta terça-feira (11) ao jornalista que foi morto há exatamente um ano em um acidente de helicóptero.
"Não me lembro de tamanha catarse desde a morte do Senna, em 1994. Antes, nas ruas. No ano passado, no digital", comentou o também jornalista Marc Tawil. A colega Eliana Michaelichen também escreveu: "Hoje faz um ano que perdemos o jornalista Ricardo Boechat. Um dia triste, mas que também nos faz recordar do seu legado e da importância do exercício do jornalismo com responsabilidade, seriedade e ética".
Veruska Seibel, viúva de Boechat, também usou as redes sociais para relembrar o parceiro. "Um ano sem ele e minha admiração, meu respeito e meu amor só crescem. Melhor pai que eu poderia ter escolhido para as minhas filhas, ser humano mais admirável e generoso que já conheci, jornalista insubstituível, marido que eu amava profundamente. Se me tivesse sido dada a chance de escolher como seriam nossos últimos momentos juntos, eu pediria exatamente do jeito que foi. E a isso serei eternamente grata".
Segunda esposa de Boechat, Veruska estava com o jornalista desde 2005. Com ele, tinha duas filhas: Valentina, 12, e Catarina, 10. O jornalista também é pai de Bia, 40, Rafael, 38, Paula, 36, e Patricia, 29, frutos do casamento com Claudia Costa de Andrade.
"Meu maior consolo foi eu não o ter deixado. Não há um só dia em que eu não ouça a voz dele me ensinando, me amparando, me dizendo: "Veruska Seibel (era assim que ele me chamava quando queria falar sério), eu não me preocupo com as meninas quando eu não estiver mais aqui porque você é a melhor mãe que eu já conheci". Muito obrigada, Ricardo Boechat, por tanto amor e por essas duas princesas que são a razão da minha vida", concluiu Veruska.
Ricardo Boechat morreu no dia 11 de fevereiro de 2019, aos 66 anos, após a queda do helicóptero em que viajava em São Paulo. Um dos mais premiados jornalistas brasileiros, Boechat comandava dois programas diários, A Notícia com Ricardo Boechat, um matinal na rádio BandNews FM, e o Jornal da Band, à noite, na TV Bandeirantes. Ele tinha também uma coluna na revista semanal Istoé.
O jornalista conquistou o Prêmio Esso, o mais prestigioso do país, em três oportunidades, em 1989, 1992 (na categoria Informação Política, com Rodrigo França) e 2001 (na categoria Informação Econômica, com Chico Otávio e Bernardo de la Peña). Ele é também o maior ganhador do Prêmio Comunique-se, troféu que recebeu em três categorias: âncora de rádio, colunista de notícia e âncora de TV.
Filho de um diplomata brasileiro, ele nasceu em 13 de julho de 1952 em Buenos Aires, na Argentina, quando o pai servia o Ministério das Relações Exteriores. Sua mãe é a argentina Mercedes Carrascal, 86, que vive em Niterói desde 1956.
Boechat começou a carreira no jornalismo na década de 1970 como repórter do agora extinto jornal Diário de Notícias. Em 1983, foi para o jornal O Globo e, quatro anos mais tarde, chegou a ocupar a secretaria de Comunicação Social do Rio de Janeiro no governo Moreira Franco (1987-1991). Ele voltou para o jornal carioca em 1989, como editor da coluna Swann, que mais tarde, foi rebatizada com seu nome.
O jornalista passou também pelos jornais O Dia, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil.
Em 1997, ele passou a ser destaque na rede Globo, no qual fazia um quadro de opinião no matinal Bom Dia Brasil. Já na época, seus comentários rendiam polêmicas. Deixou a Globo em junho de 2001.
Entrou para o Grupo Bandeirantes como diretor de Jornalismo no Rio. Em fevereiro de 2006, mudou-se para São Paulo, para ancorar o Jornal da Band, principal noticiário da emissora. Desempenhava a mesma função no programa diário na rádio BandNews FM, transmitido para todo o Brasil. Assinava ainda uma coluna semanal na revista IstoÉ, com a colaboração de Ronaldo Herdy.