Mônica Bergamo, FOLHAPRESS
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo emitiu nesta quinta-feira (9) a certidão de trânsito em julgado da ação que barrou Sergio Moro (União Brasil) da corrida eleitoral pelo estado paulista em 2022. Como o ex-juiz não recorreu, o caso está encerrado.
Moro foi derrotado na terça-feira (7) por um placar de 4 a 2. Além de considerar irregular a transferência do título de eleitor do ex-juiz para a capital paulista, o TRE-SP decidiu que ele está impedido de disputar qualquer cargo em São Paulo. Moro nasceu no Paraná e fez carreira naquele estado.
Em março, ele se filiou ao União Brasil e transferiu o título eleitoral para São Paulo. Num primeiro momento, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro disse que pretendia disputar a Presidência da República. Vetado pela cúpula do partido, começou a sinalizar que poderia concorrer ao Senado por São Paulo.
A ação do PT, assinada pelo deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) e pelo diretório municipal de São Paulo da legenda, alegava que o ex-juiz nunca residiu nem teve vínculo empregatício na capital paulista. Por isso, não poderia representar o estado de SP no Congresso Nacional.
Uma das evidências apontadas era a ausência de citação da cidade em suas redes sociais. A mulher do ex-juiz, Rosângela Moro, chegou a colocar fotos do sanduíche de mortadela do Mercado Municipal de São Paulo em seu Instagram. O partido alegava que isso era mais uma prova de que o roteiro do casal na capital era turístico.
"Não se está a afirmar que o recorrido agiu de má-fé ou dolo no sentido de ludibriar a Justiça Eleitoral, mas sim que não se comprovou nos autos, de fato, que possuía algum vínculo com São Paulo quando solicitou a transferência do domicílio eleitoral", afirmou no julgamento o juiz Maurício Fiorito, relator do processo no TRE-SP.
Alexandre Padilha e Sergio Moro se encontraram por acaso o início da tarde desta quinta-feira (9), dois dias após a decisão da Justiça Eleitoral.
Padilha e Moro percorreram, juntos, o trecho entre Brasília e São Paulo em um voo da Latam. O deputado federal e ex-ministro da Saúde chegou a cumprimentar o ex-juiz da Lava Jato com um "e aí, Moro?", mas não teve resposta. "Nem sei se ele percebeu que era eu", disse o parlamentar.