Lívia Marra, FOLHAPRESS
Uma operação policial que terminou com 1.707 animais resgatados de um canil em Piedade (SP), na semana passada, ainda provoca reações. Protetores relatam ameaças, e a Petz, que era um dos clientes do criador, anunciou nesta quarta (20) que não venderá mais filhotes em suas 82 lojas pelo país.
Segundo a rede, o espaço que era usado para a comercialização de cães e gatos agora será destinado a ONGs e protetores independentes da causa animal, para eventos de adoção permanentes ou temporários.
Sergio Zimerman, presidente da empresa, diz que tomou a decisão após ser informado que o processo com os demais parceiros era 99% seguro, sem chances de ocorrer nos episódio de maus-tratos. “Ocorre que 99% não são 100%. E se há a menor possibilidade de isso acontecer de novo, então não serve”, afirma.
A Petz vendia filhotes desde a inauguração, há 16 anos. Segundo Zimerman, o objetivo era garantir o bem-estar animal e combater o comércio irregular. “A maneira como cães e gatos eram comercializados nas ruas nos incomodava muito. Fosse em porta-malas de carros, em feiras em praças públicas ou em postos de gasolina na beira de estrada. Decidimos então trazer essa comercialização para dentro das nossas lojas para que houvesse um processo mais controlado e mais ético.”
No entanto, as denúncias de maus-tratos que vieram à tona com a operação em Piedade levaram a empresa a reavaliar e suspender esse tipo de comércio.
Após a ação polícia no canil, a ativista da causa animal Luisa Mell foi acionada e acolheu os cães.
Nesta semana, Luísa relatou nas redes ter sofrido ameaças. Disse ainda que tentaram invadir o centro de triagem onde ficam os cães e atearam fogo a uma porta.
Ao contar o caso nos stories, do Instagram, Luísa aproveitou para agradecer à policia, que prestou assistência -ela precisou ainda ser escoltada. No vídeo, a ativista também distingue criadores “sérios” daqueles que ela chamou de “fabricantes de filhotes”.
Beatriz Silva, da ONG Bendita Adoção, também disse por meio das redes ter sido ameaçada por envolvimento com o resgate.
Ela e outros protetores fizeram uma espécie de vigília para proteger o centro de triagem.
Beatriz afirma que muitas notícias falsas são disseminadas, especialmente contra Luisa Mell. “Estão usando WhatsApp como instrumento de fake news”, afirma.