A Justiça condenou em segunda instância Tatiane Polis, ex-assessora do prefeito cassado José Crespo (DEM), por uso de documento falso.
Tati Polis utilizou diploma escolar falso para exercer um cargo de comissão na Prefeitura de Sorocaba no ano de 2017, o primeiro do mandato do então prefeito José Crespo. Ela foi condenada a dois anos de prisão, revertidos em prestação de serviços comunitários pelo menos período, além de pagar multa.
Conforme decisão do desembargador Maurício Henrique Guimarães Pereira, as provas que constam no processo indicam "que eram falsos os certificados apresentados por ela duas vezes nos anos de 2008 e 2017".
O caso ganhou repercussão pública após denúncia da vice-prefeita, Jaqueline Coutinho, em 2017, que procurou a Polícia Civil e o Ministério Público, e entregou os documentos verificados na investigação que realizou.
O caso
O caso do diploma falso veio à tona em junho de 2017, após a vice-prefeita receber denúncia anônima de que Tatiane teria diploma falso de ensino superior e fundamental. O fato causou uma desavença entre ela e o prefeito, resultou em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e Comissão Processante, no qual o mandato de Crespo foi cassado em agosto do ano passado, por supostamente ter prevaricado ao não apurar o alegado. Ele voltaria ao cargo 43 dias depois, após decreto de seu afastamento ser suspenso pela Justiça.
Tatiane atuava com assessora de Crespo e recebia um salário de aproximadamente R$ 9 mil.
A Polícia Civil denunciou Tatiane pelo crime de falsidade ideológica. No caso, ela teria apresentado um diploma de ensino superior – necessário para exercer o cargo – entretanto, este seria inválido, pois o seu de ensino médio seria de uma escola que não tinha autorização para emitir o documento, ou seja, falso. Tatiane teria cursado somente até a sexta série.
CPI do Diploma
Em agosto de 2017, o relatório da CPI do Diploma, da Câmara de Sorocaba, presidida pela vereadora Fernanda Garcia (PSOL), destacou “a irregularidade do diploma da assessora emitido pelo Colégio Cobra do Rio De Janeiro, conforme documento fornecido pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro”. “De fato, se constatou que não se deu a devida investigação com o intuito de não se trazer à tona o diploma da assessora Tatiane Polis, vez que o certificado de conclusão de ensino médio e fundamental de Tatiane Polis é nulo, tendo sido emitido por colégio fechado por fraudar diplomas, que nunca teve autorização para ministrar Ensino Fundamental na modalidade à distância”, conclui o relator, o vereador Hudson Pessini (MDB).
Comissão Processante cassa mandato do prefeito
A Comissão Processante, presidida pelo vereador Fausto Peres (PODEMOS), entendeu que houve quebra de decoro do prefeito e orientou sua cassação. A sessão para cassá-lo foi alvo de polêmica, com 21 vereadores ocupando o plenário. Foram 14 votos a favor do afastamento do prefeito contra seis.
Exoneração de Taty Polis
Tatiane pediu exoneração do cargo em julho de 2017, alegando prejuízos, inclusive em sua vida pessoal.