21 de Dezembro de 2024
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Juiz censura pesquisa Datafolha em São Paulo a pedido de Russomanno

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Postado em: 10/11/2020

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Folhapress

A Justiça Eleitoral censurou a publicação de pesquisa do Datafolha, feita pela Folha de S.Paulo em parceria com a TV Globo, sobre a corrida eleitoral de São Paulo. A Justiça acatou pedido da coligação do candidato Celso Russomanno (Republicanos). O Datafolha irá recorrer da decisão liminar.

Segundo a decisão, que tem caráter provisório, "ao que parece a pesquisa eleitoral ora impugnada está em desacordo com a legislação e a jurisprudência eleitoral".

O juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas indicou aspectos que não estariam em conformidade com a lei, como a ausência de ponderação dos entrevistados quanto ao nível econômico, irregular fusão de estratos quanto ao grau de instrução dos entrevistados e simulação tendenciosa de segundo turno diante da ausência de simulações sem a presença do candidato à reeleição Bruno Covas.

Segundo Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha, o instituto utiliza como referência nas eleições de 2020 as mesmas variáveis de planejamento amostral e ponderação dos dados que há mais de 35 anos ditam o monitoramento dos pleitos da cidade de São Paulo, com o objetivo de representar todos os estratos do eleitorado paulistano.

"Causa espanto e é preocupante um pedido de impugnação da divulgação justamente agora quando o candidato que solicita a censura apresenta queda nas intenções de voto. É um ataque ao direito do eleitor de se informar, uma ação antidemocrática", afirma Janoni.

Com apoio eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Russomanno pediu a suspensão da pesquisa no momento em que sua queda nas intenções de voto se acelera.

Ele teve novo recuo no Datafolha mais recente e registrou 16%, em empate técnico no segundo lugar com Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB); em pesquisa Ibope divulgada nesta segunda (9), a tendência se repete.

Ao mesmo tempo em que derrete nas pesquisas de intenção de voto, Russomanno vê a sua rejeição disparar. A rejeição a ele começou no fim de setembro em 21%, subindo nos levantamentos seguintes para 29% (5 e 6 de outubro) e 38% (20 e 21 de outubro). Agora, no início de novembro, atingiu 47%.

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