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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 13, que o ritmo acelerado da criação de empregos registrado desde julho não deve se manter para os próximos meses. O Brasil registrou 314 mil novas vagas de trabalho formais em setembro, ante 249 mil em agosto e 131 mil em julho, segundo dados do Caged. “O Brasil está voltando com força, acelerando no ritmo de criação de empregos, não acredito que isso seja sustentável. Não acho que vamos criar 500 mil empregos cada mês”, afirmou. Em sua apresentação na 39ª Edição do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), promovida pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Guedes disse que o país deve fechar o ano com o número menor de extinção de postos de trabalho na comparação com outras crises recentes atravessadas pela economia. “Até setembro de 2015, perdemos 650 mil empregos. Em 2016, a perda líquida foi de 687 mil empregos. Até setembro deste ano, perdemos 550 mil empregos, e daqui até o fim do ano, continuaremos criando mais, então esse número deve ser bem menor.”
O ministro frisou em diversas oportunidades que o Brasil está oficialmente saindo da recessão e que a economia já está em ciclo de recuperação após o tombo causado pela crise do novo coronavírus. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, apontou o crescimento de 9,5% da economia brasileira no semestre encerrado em setembro, segundo dados divulgados hoje. Para o “posto Ipiranga”, o desafio do governo federal é transformar esse crescimento impulsionado pela disparada dos gastos públicos em um ciclo sustentável. “Com a doença indo embora, vacina chegando, economia retomando e empregos sendo novamente criados, também voltaremos com as reformas estruturais. São essas reformas que vão garantir a transformação do Estado brasileiro, através dos marco regulatórios, juros baixos, a transformação dessa recuperação cíclica, que é algo transitório. Temos um ano e meio para retornarmos ao caminho da prosperidade”, disse.
Guedes também defendeu por várias vezes a manutenção do teto de gastos e ressaltou em diferentes momentos que o governo não irá tomar medidas que ultrapassem o limite fiscal. A fala é um contraponto à declaração dada pelo ministro nesta quarta-feira, 12, de que o auxílio emergencial será estendido caso haja uma segunda onda da pandemia da Covid-19 no país. “Há bons economistas defendendo abrir o teto de gastos momentaneamente. Furar o teto de gastos sempre tem um apelo político, é a história do Brasil nos últimos 40 anos. […]. Não queremos furar o teto de gastos para gastar mais e aumentar impostos. Queremos o contrário, que a pressão do teto ajude a transformar o ambiente fiscal brasileiro”, afirmou o ministro.