O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) informou que deve ouvir mais depoimentos de políticos de Sorocaba a respeito da suposta troca de favores ocorrida entre o Poder Legislativo e o Executivo. A informação foi divulgada pela promotora de Justiça Helena Calado Tonelli, durante entrevista nesta quarta-feira (31), ao Jornal da Ipanema, da Rádio Ipanema.
Conforme a promotora, o Gaeco continuará ouvindo depoimentos, entretanto, alguns depoentes pediram redesignação de oitivas. Segundo ela, “existem vários políticos” envolvidos na denúncia. Helena, durante a entrevista, teceu elogios à Operação Casa de Papel, alegando que a mesma possibilitou “que muitas pessoas que estavam caladas encontrassem espaço para oferecer delações”.
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O caso começou a ser investigado semana passada, após o Ministério Público receber denúncia envolvendo os parlamentares e a Prefeitura, para beneficiar ações do Executivo na Câmara. Nesta última terça-feira, o Gaeco intimou dois vereadores e um ex-secretário municipal a comparecer ao órgão para prestar esclarecimentos sobre o assunto.
Fausto Peres (Podemos) e Vitão do Cachorrão (MDB) estiveram nesta terça na sede do Gaeco acompanhados de seus advogados, assim como o ex-secretário de Cultura e Turismo, Werinton Kermes, um dos investigados na Operação Casa de Papel. “Havia um momento político de falta de governabilidade e foram feitas, segundo as delações que recebemos, troca de favores para acalmar, harmonizar o interesse de todos ali entre secretarias e Legislativo”, esclareceu Helena durante a entrevista desta quarta-feira.
Ambos os vereadores são apontados em algumas denúncias, mas estas não são as mesmas para todos, afirmou Helena. “Alguns tem informações de alocação de assessores em trânsito inadequados, outro de troca de favores efetivas com secretários. Não são semelhantes, simétricas essas denúncias. Não vai haver surpresa nenhum se alguns forem excluídos e outros continuarem sendo investigados”, relatou.