Hematologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba alerta a importância de conscientizar a população sobre a doença e a doação de medula óssea
O mês de fevereiro é dedicado à campanha Fevereiro Laranja, que tem como objetivo conscientizar sobre a leucemia e sobre a importância da doação de medula óssea. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam as chances de cura, porém, ainda há vários mitos sobre a leucemia que precisam ser desvendados. Dra. Camila Gonzaga, hematologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), esclarece os principais deles. Confira:
1- A anemia pode se transformar em leucemia.
Mito. A anemia pode ser um sintoma, mas não um fator de risco para o desenvolvimento da leucemia – um tipo de câncer que afeta as células do sangue e da medula óssea. A causa mais comum de anemia na população é a deficiência de algum elemento no organismo, como o ferro, que por sua vez pode estar relacionada a uma dieta inadequada ou à perda crônica de sangue.
2- O tabagismo aumenta a predisposição para leucemia.
Verdade. Entre as diversas substâncias tóxicas encontradas no cigarro, algumas podem aumentar a incidência de cânceres hematológicos, como a leucemia. Elementos como metais pesados e o benzeno são os principais influenciadores.
3- A alimentação não interfere no risco de leucemia.
Verdade. Não há estudos que demonstrem a ligação da dieta com o risco de desenvolver leucemia.
4- Medula espinhal e medula óssea são a mesma estrutura.
Mito. A medula espinhal é uma continuação do sistema nervoso central. Já a medula óssea é um tecido esponjoso localizado no interior de ossos como o esterno, ossos da bacia, costelas e vértebras. Ela desempenha um papel fundamental na produção de células sanguíneas, incluindo glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Caso sua produção seja danificada, doenças como a leucemia podem ser desencadeadas. O transplante de medula óssea é um tratamento eficaz para muitos casos de leucemia. Por isso, a doação de medula óssea é crucial para oferecer esperança e cura a pacientes.
5- Somente quem tem contato com produtos químicos desenvolve leucemia.
Mito. A exposição a produtos químicos, como agrotóxicos, pesticidas e herbicidas pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da leucemia. Outras causas, como síndromes hereditárias e o tabagismo, também podem predispor a esse câncer hematológico, que ainda apresenta muitos casos de origem desconhecida.
6- Leucemia tem cura.
Verdade. Receber o diagnóstico de um câncer nunca é um momento fácil, mas é preciso lembrar que a leucemia tem cura. Atualmente, todos os tipos dessa doença são tratáveis e, em grande parte das vezes, podem ser curados. Porém, para que isso aconteça, é preciso identificar o câncer precocemente e determinar, por meio de exames, qual o tratamento mais adequado.
7- Crianças são muito suscetíveis à leucemia.
Mito. O câncer em crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos) é considerado raro quando comparado com o câncer em adultos, correspondendo entre 2% e 3% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os tipos de câncer que aparecem em crianças e adolescentes são diferentes dos que ocorrem em adultos e costumam responder bem à quimioterapia.
8- É possível retomar a rotina cotidiana após o tratamento de leucemia.
Verdade. O tratamento para a leucemia pode durar meses ou anos e, quando ele termina, os médicos geralmente acompanham o caso de perto. Por isso é muito importante comparecer a todas as consultas de acompanhamento.
Sintomas e sinais da doença
A hematologista do IOS pontuou os sinais clínicos mais comuns relacionados com a leucemia: fadiga, cansaço, palidez, sangramento espontâneo, manchas no corpo, febre, perda de peso involuntária, infecções de repetição e aumento de gânglios linfáticos e do baço (dor abdominal).
Tratamentos
Atualmente, os avanços na medicina apresentam expressiva melhora da resposta aos diversos tratamentos disponíveis para os casos de leucemia, o que se reflete no aumento das taxas de cura e na qualidade de vida dos pacientes.
Entre os tratamentos disponíveis, há: quimioterapia (medicamentos que matam as células cancerígenas ou impedem o seu crescimento); imunoterapia (medicamentos que destroem as células cancerígenas, reconhecendo proteínas específicas no câncer); transplante de medula óssea (este tratamento substitui células da medula óssea que são mortas por quimioterapia ou radiação) e terapias celulares (enquadram-se nesse grupo as terapias de modificação em laboratório de proteínas e células que adquirem de maneira artificial um alvo específico contra o tumor).
Vale lembrar que o diagnóstico precoce de qualquer tipo de leucemia é de fundamental importância para melhora e tratamento do paciente. “O benefício ocorre pela avaliação médica especializada e tratamento precoce, os quais diminuem os sintomas e os efeitos deletérios da doença em outros órgãos e sistemas, ajudando na restituição da imunidade e na recuperação clínica”, finaliza a Dra. Camila Gonzaga.
Sobre o Instituto de Oncologia de Sorocaba
Referência há 28 anos em quimioterapias e infusões oncológicas e não oncológicas, o Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), junto com o Hospital Evangélico de Sorocaba, integra o hub Sorocaba da Hospital Care, uma das maiores administradoras de serviços de saúde do país. O Instituto possui uma equipe multidisciplinar altamente capacitada formada por médicos, farmacêuticos, nutricionista, psicóloga e enfermeiros. Com estrutura completa, conta com quartos individuais e acolhedores e atendimento humanizado.
O IOS tem acreditação internacional de qualidade pela ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía) desde 2021. Foi a segunda instituição de oncologia no país a obter esta certificação.