FERNANDA PERRIN, FOLHAPRESS
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vai viajar aos EUA para observar a eleição americana, marcada para 5 de novembro.
A previsão é que ele chegue na próxima semana.
Em um vídeo postado pelo deputado em seu perfil no X na quinta (24), o ex-presidente Jair Bolsonaro fala sobre a viagem do filho e as eleições americanas com a brasileira que pediu a Donald Trump que não deixe os EUA virarem o Brasil durante um evento de campanha em um McDonalds no domingo (20).
Segundo Bolsonaro, a campanha do republicano convidou o filho para ir ao país acompanhar a eleição. A Folha entrou em contato com o time de Trump para confirmar a afirmação, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
Além de Eduardo, é esperado que outros políticos brasileiros viagem aos EUA para acompanhar o pleito.
"Espero que o Trump ganhe porque ele é bom para o mundo, mas é excelente para o Brasil", afirma Bolsonaro no vídeo. "A eleição do Trump será fantástica para o Brasil, fantástica", repete mais adiante.
Ele também compara o 6 de Janeiro em Washington, quando apoiadores do republicano invadiram o Capitólio, com o 8 de Janeiro em Brasília, data em que bolsonaristas promoveram ataques golpistas em Brasília. Bolsonaro afirma que tanto ele quanto Trump foram vítimas de armação em ambas as ocasiões.
O ex-presidente americano, porém, não nega sua relação com os participantes do 6 de Janeiro, e se defende dizendo que incentivou um protesto pacífico. Nas últimas semanas, ele disse que foi um "dia de amor". Na ocasião, cinco pessoas morreram.
A viagem na próxima semana se soma a outras visitas do filho do ex-presidente aos EUA. O deputado liderou comitivas bolsonaristas em Washington, onde se encontrou com congressistas republicanos.
Ele também foi recebido em Mar-a-Lago, resort de Trump na Flórida, pelo político americano.
Uma das principais consequências de um eventual retorno do empresário à Casa Branca é o fortalecimento da agenda bolsonarista em Washington, que acusa o atual governo brasileiro de ataques à liberdade de expressão e à democracia.
Com o governo federal sob o democrata Joe Biden, essas articulações ficaram em grande medida restritas ao Congresso e meios conservadores nos EUA, limitando seu alcance. Um retorno de Trump ao poder poderia mudar esse cenário, dando respaldo do Executivo a essa agenda.