Indiscutivelmente, a pandemia mudou hábitos, costumes e procedimentos. No caso dos pacientes que precisaram ser internados, o contato presencial com parentes teve de ser interrompido, justamente no momento em que mais precisavam receber atenção, afeto e estímulos para vencer a doença. Foi nessa hora que a tecnologia entrou em cena, tornando as vídeos-chamadas quase que um elemento indispensável ao tratamento das vítimas.
Nesse e em outros momentos, os profissionais da assistência social entram em campo para encontrar soluções e oferecer tranquilidade, confiança e apoio emocional aos pacientes. Segundo Ticyane Sorg Caseiro Pereira, líder da equipe do Serviço Social do Hospital Dr. Miguel Soeiro (HMS), a atuação do profissional da área é muito ampla. “Durante a pandemia, surgiram demandas especificas e foi necessário criarmos fluxos para supri-las, sempre com o objetivo de garantir um cuidado integral, aos pacientes e familiares, em um momento onde encontravam-se se todos extremamente frágeis”, pondera.
Segundo Ticyane, a atuação do assistente social envolve a proximidade física com os pacientes. “O olho no olho, a escuta ativa e o acolhimento são fatores essenciais em nosso atendimento na área da saúde”, reforça. Nesse sentido, ela orienta àqueles que desejam ingressar na profissão para se informarem bastante sobre a atuação dos assistentes sociais. “Ainda existe uma visão assistencialista relacionada ao serviço social muito forte. O que, de fato, não contempla os preceitos do projeto ético-político da profissão, uma vez que atuamos na viabilização da garantia dos direitos através como exemplo, de orientações e encaminhamentos. Além disso, é fundamental gostar de pessoas e de se relacionar com elas”, explica.
Assim como outras profissões da saúde, os profissionais da assistência social convivem com fortes emoções em seus cotidianos. “Vibramos e comemoramos com as conquistas dos nossos pacientes”, resume Ticyane. Ela se recorda de vários momentos emocionantes, como o de uma paciente oncológica internada no HMS. “Os filhos nos acionaram e solicitaram uma visita fora do horário institucional. Analisamos o contexto e realizamos a liberação. Infelizmente, após esse dia, a paciente evoluiu, precisou de cuidados intensivos e faleceu dias depois. Posteriormente, um dos filhos nos procurou para agradecer aquela liberação de visita fora do horário. Ele contou com aquilo, havia sido dada a oportunidade de terem um último momento de qualidade com a mãe, em um encontro de muito amor e espiritualidade entre eles”, relembra. “Foi uma ação tão simples da nossa parte, porém, com um valor imensurável para o outro”, finaliza a assistente social do HMS.