Carlos Petrocilo, da Folhapress
O deputado estadual Altair Moraes (Republicanos) propôs projeto de lei no qual visa proibir o uso da linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas ou privadas em São Paulo, além dos editais de concursos públicos.
A linguagem em questão propõe extinguir as terminações masculina (o) e a feminina (a) e adotar ´e´ como neutro.
Moraes diz que elaborou a proposta depois que uma escola, no Rio de Janeiro, adotará o modelo e, ao avisar os pais, exemplificou com a expressão ´querides alunes´.
Na justificativa do projeto, o parlamentar também afirma quem tem observado movimento nas redes sociais em prol da linguagem neutra.
"Existe um movimento de minorias nas redes sociais, não vamos permitir que isso aconteça em São Paulo", diz Moraes, que classifica a mudança afronta à língua portuguesa.
O deputado do Republicanos também é autor do projeto de lei, na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que estabelece que o sexo biológico seja o único critério para definir se um atleta deve competir na categoria feminina ou masculina.
Se aprovada na Alesp e sancionada pelo governador João Doria (PSDB), determinará que mulheres trans só poderão competir entre homens, e homens trans, entre mulheres.
Para elaborar o texto, o parlamentar se baseou no caso Tifanny, 34, a primeira transexual a disputar a Superliga Feminina de vôlei. A atuação da jogadora no país é avalizada pela Confederação Brasileira de Vôlei, que segue os critérios do COI (Comitê Olímpico Internacional).
A deputada Erica Malunguinho (PSOL), primeira transgênero eleita para a Assembleia de São Paulo, lidera oposição ao projeto, e conta com o empenho de Tifanny, que tem comparecido as sessões na Alesp.