Ricardo Della Coletta, Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou neste domingo (9) que o avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com ajuda humanitária para o Líbano deve partir nos próximos dias, e que convidou o ex-presidente Michel Temer para chefiar uma missão brasileira de ajuda ao país, cuja capital, Beirute, foi parcialmente destruída por uma forte explosão na terça (4).
A explosão na zona portuária da cidade matou ao menos 158 pessoas e feriu cerca de 6.000, numa tragédia que desatou uma onda de revolta e protestos no Líbano. Mais de 60 pessoas continuam desaparecidas, enquanto a esperança de encontrar sobreviventes diminui. Além disso, há milhares de desabrigados.
"Nesse momento difícil, o Brasil não foge a sua responsabilidade", disse Bolsonaro, que transmitiu nas redes sociais uma conferência de chefes de estado para coordenar o auxílio internacional ao Líbano.
Ele revelou o convite feito a Temer ao listar aos participantes da videoconferência a ajuda que seria disponibilizada pelo governo brasileiro.
"Convidei como meu enviado especial e chefe dessa missão o senhor o Michel Temer, filho de libaneses e ex-presidente do Brasil", declarou Bolsonaro.
Em nota, Temer se disse honrado com o convite. "Quando o ato for publicado no Diário Oficial serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa", afirmou o ex-presidente no comunicado.
A reunião de governantes foi organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que tem liderado os esforços internacionais de socorro ao Líbano. Entre os participantes, estavam o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, e líderes da Jordânia, Egito e Catar.
Bolsonaro destacou que o Brasil é lar da maior diáspora libanesa do mundo - com 10 milhões de brasileiros com origens naquele país - e detalhou a ajuda que será enviada pelo governo.
De acordo com ele, o avião militar que deve partir nos próximos dias levará medicamentos e insumos básicos de saúde que estão sendo reunidos pela comunidade de origem libanesa no Brasil.
Na semana passada, ao ligar para o embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah, Bolsonaro informou o diplomata que a aeronave tem capacidade para transportar de 20 a 22 toneladas.
O Brasil enviará ainda, segundo disse Bolsonaro neste domingo, 4.000 toneladas de arroz por via marítima, com o objetivo de atenuar a perda de estoques de cereais ocasionada pela explosão no porto de Beirute. "Estamos acertando com o governo libanês o envio de uma equipe técnica multidisciplinar para colaborar na realização da perícia da explosão."
"Tudo o que afeta ao Líbano nos afeta como se fosse nosso próprio lar e a nossa própria pátria", finalizou Bolsonaro.