22 de Novembro de 2024
Informação e Credibilidade para Sorocaba e Região.

Bolsonaro chama de "pequenos problemas" suspeitas sobre filho Flávio

Foto: Agência Brasil
Postado em: 19/12/2019

Compartilhe esta notícia:

 

Gustavo Uribe, FOLHAPRESS


No dia seguinte à operação do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou nesta quinta-feira (19) as buscas e apreensões envolvendo o seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ).

 

Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar um grupo de eleitores, ele inicialmente se negou a comentar o episódio. Depois, disse que o Brasil "é muito maior do que pequenos problemas".

 

"O Brasil é muito maior do que pequenos problemas. Eu falo por mim. Problemas meus podem perguntar que eu respondo. Dos outros, não tenho nada a ver com isso", disse Bolsonaro, recomendando que a imprensa procure o advogado do filho.

 

Diante da insistência dos jornalistas, o presidente citou investigações e apurações contra ele que, na opinião dele, foram injustas. Ele lembrou, por exemplo, quando foi acusado de racismo, inquérito que acabou arquivado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

 

E ressaltou depoimento citando seu nome que fazia parte do inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). O porteiro do condomínio do presidente, que havia feito referência a seu nome, depois corrigiu o depoimento.

 

O presidente foi, então, perguntado se insinuava que o Ministério Público estava perseguindo Flávio. Como resposta, citou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, seu adversário político. Segundo ele, uma gravação, identificada pela inteligência do governo, tentou relacioná-lo a atividades de milícias. Bolsonaro não explicou, no entanto, sobre que áudio fazia referência.

 

"Vocês sabem o caso Witzel, que foi amplamente divulgado. A inteligência levantou. Já foram gravadas conversas de dois marginais usando meu nome para dizer que sou miliciano", disse.

 

O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador, foi alvo na manhã de quarta-feira (18) de operação comandada pelo Ministério Público. Queiroz é pivô de uma investigação que tem como alvo o senador e outras 101 pessoas físicas e jurídicas, que tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados.

 

A Promotoria suspeita de um esquema conhecido como "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro no período em que foi deputado estadual e manteve Queiroz como seu empregado (2007-2018).

 

A prática consiste em coagir servidores a devolver parte do salário para os deputados. Estão sendo investigados crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

 

Nas últimas semanas, deputados e senadores que conversaram com o presidente relataram à Folha que ele demonstrava sinais de abatimento com o receio de que a investigação contra o seu filho mais velho tivesse novas reviravoltas. 

 

O assunto, segundo eles, era o que mais incomodava Bolsonaro neste final de ano. Nas palavras de um aliado do presidente, desde o final de novembro, Bolsonaro temia uma possibilidade de prisão e "de cada dez assuntos que discutia, dois se referiam à situação do filho".

Compartilhe:

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Sem agenda, Bolsonaro vai de helicóptero a região goiana e causa aglomeração

Brasil fica fora da lista de países que receberão 500 milhões de vacinas doadas por EUA

Número de casos e de mortes por covid-19 continua caindo nas Américas

Casos da Covid-19 sobem para 11 mil em Sorocaba, com 3 novas mortes

Resultado de selecionados na primeira chamada do Sisu sai nesta terça

Rede Bom Lugar celebra 25 anos com nova identidade visual e descontos para os clientes