Moradores do bairro Ana Paula Eleutério, o Habiteto, reclamam da omissão das autoridades públicas com relação a um problema que afeta o bairro há muito tempo: os bailes funks. De acordo com moradores, todos os entes públicos já foram acionados, da Prefeitura aos vereadores, passando pelas equipes de segurança, sem retorno. E o problema persiste.
Na noite deste sábado, o IPA Online recebeu imagens das redes sociais do que seria a convocação por parte de uma página no Facebook para os moradores da cidade. A publicação de uma página voltada a esse tipo de evento dizia que "a qebrada toda" estaria presente no "bailão do habitaaa".
Durante toda a noite, o que os moradores do bairro presenciaram foi som alto, gritos, venda de entorpecentes e baderna pelas ruas do bairro. Desta vez, a concentração do baile aconteceu na Rua Dimas de Almeida, antiga rua 10.
"Não dá pra dormir assim. Fica a noite toda, até o amanhecer, é uma vergonha. A polícia não vem, nem a Prefeitura. Os vereadores sabem, os jornais sabem, mas ninguém faz nada", afirmou um morador, que não será identificado por questões de segurança.
"O poder público municipal é omisso. O bairro é dominado pelo tráfico de drogas, e ainda tem a venda de álcool e a perturbação do sossego. É recorrente", explicou.
De acordo com o morador, em 2019, a polícia militar chegou a ir ao local, mas a situação só piora. "A polícia quando entra, não tem baderna. Mas quando eles saem, eles voltam piores. Tem que investigar os promotores. A gente paga os impostos, sem retorno", concluiu.
Em dezembro de 2019, o IPA Online já havia noticiado o caso dos Pancadões no Habiteto e no Vitória Régia. Veja o vídeo postado do interior de um baile:
Na ocasião, a polícia militar enviou uma nota sobre a chamada Operação Pancadão.
Confira a resposta da PM:
"A Polícia Militar desenvolve rotineiramente ações e operações pontuais com vistas à manutenção da ordem pública, em especial relacionadas a aglomerações de pessoas, eventuais interdições de vias, veículos em direção perigosa, perturbação de sossego entre outras nos bairros Vitória Régia, Paineiras, Habiteto, Ipiranga e outras regiões da cidade.
Durante os finas de semana deste ano de 2019 foram realizadas 329 operações específicas, visando a saturação e pontos de estacionamentos nos locais com histórico de aglomeração de pessoas, a fim de coibi-las e de potencializar a ação de presença para melhor garantir a segurança de todos.
Em monitoramento, percebe-se que os participantes desse tipo de evento se reúnem em determinados pontos e, caso haja dispersão com a presença da Polícia Militar, migram rapidamente para outros locais para continuar seu intento e tal ação migratória repete-se por toda a noite, sendo, portanto, necessária a mobilização constante do efetivo da Polícia Militar.
A Polícia Militar responde a outras demandas de ocorrências com critérios de prioridade, tendo de conciliar as operações e solicitações versando sobre diversos delitos com as perturbações de sossego causadas pelos “bailes funk” com interdição de via pública, atendendo prioritariamente àquelas que envolvam perigo à vida e à integridade física da pessoa humana.
Especificamente nesse final de semana de 13 a 14 de dezembro de 2019 foi desencadeada a “OPERAÇÃO PAZ E PROTEÇÃO” e “BLOQUEIO” nos bairros Vitória Régia, Paineiras, Nova Habiteto, Nova Esperança, Ipiranga e Jardim dos Estados com fim de inibir a formação de “Pancadões” e de eventualmente dispersá-lo caso houvesse viabilidade técnica, ocasião em que centenas de pessoas e veículos foram abordados, gerando prisões, autuações e recolhimentos de veículos.
A população sempre pode contribuir com o trabalho da Polícia Militar, realizando denúncias pelos telefones 190 e 181, registrando os delitos ocorridos para subsidiar o planejamento operacional da Polícia Militar, bem como participando das reuniões dos Conselhos de Segurança Comunitária (Conseg). "