Por Gabriel Bitencourt
Em um de meus textos nesta coluna, falei sobre as alterações climáticas e os impactos que já sentimos.
Fiz uma referência a uma região de Miami, nos EUA, na qual, em estações chuvosas, as águas invadem residências, estabelecimentos comerciais e garagens de prédios em virtude da elevação do nível do mar.
Em uma oportunidade em que estive por lá, vi algumas ruas em obras com a finalidade de se elevar o seu leito carroçável e assim, momentaneamente, fazer frente à invasão das águas.
Por estes dias, me lembrei desta história após ler um artigo relacionado a um estudo sobre um fenômeno chamado de “inundações extremas” que ocorrem no rio Amazonas.
Este evento natural afeta intensamente a vida da população local, uma vez que a ocupação da Amazônia se dá, não pelas estradas, mas pelos seus rios, portanto, grande parte das cidades fica às margens dos rios.
Segundo o estudo em questão, as inundações extremas do Amazonas quintuplicaram nas últimas duas décadas.
Na primeira parte do século XX, elas aconteciam aproximadamente uma vez a cada duas décadas, mas agora ocorrem, pelo menos, uma vez a cada quatro anos.
Falo sobre estas duas regiões do planeta que têm sofrido com as alterações climáticas para remeter nossa reflexão para o campo social.
Em Miami, várias medidas vêm sendo tomadas como a já citada para mitigar os efeitos da elevação do nível dos oceanos. Neste caso, estamos falando de um país poderoso e de uma cidade que representa sua pujança econômica.
Já na região amazônica, estamos falando de pequenas cidades, povoados e, mesmo da capital do Estado em que há dificuldades de toda ordem para se fazer frente a estes eventos climáticos.
Este é um ponto que têm chamado a atenção dos diversos estudiosos do clima, os impactos sobre a população mais vulnerável.
Por isso, a Organização das Nações Unidas tem realizado reuniões periódicas para debater este assunto e coordenar a confecção de tratados que visam fortalecer uma resposta global às ameaças relativas às alterações climáticas.
O mais recente e importante acordo foi assinado durante a chamada Conferência das Partes – a COP 21 – em Paris por 195 países e passou a ser denominado Acordo de Paris.
Por ação ou omissão de nossos governantes chegamos a esta situação e são as ações governamentais que devem contribuir para minimizar os impactos socioambientais que estamos sofrendo e que irão se agravar.