Jovem Pan News
O senador José Serra (PSDB-SP) reagiu, em nota, à denúncia da Lava Jato, por meio da Operação Revoada, de que ele e sua filha, Verônica Allende Serra, praticaram o crime de lavagem de dinheiro. Segundo o MPF, o ex-governador usou seu cargo e sua influência política para receber pagamentos indevidos da Odebrecht em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul. “Causa estranheza e indignação a ação deflagrada”, diz o texto de sua assessoria de comunicação.
Segundo a nota, ação é “completamente desarrazoada”. Oficiais da PF realizaram busca e apreensão em endereços ligados a Serra. A defesa reforça, no entanto, que a acusação teve base em “fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da acusação.”
“É lamentável que medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à Lei e à decisão já tomada no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República. O senador José Serra reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas”, finaliza o comunicado do senador.
Operação Revoada
Foi deflagrada, nesta sexta-feira, a Operação Revoada para aprofundar as investigações em relação a outros fatos relacionados ao mesmo esquema de lavagem de dinheiro. Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), autorizados pela Polícia Federal.
Até agora, a força-tarefa já detectou que, no esquema envolvendo Odebrecht e José Serra, podem ter sido lavados dezenas de milhões de reais ao longo dos últimos anos. Com as provas colhidas até o momento, o MPF obteve autorização na Justiça Federal para o bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em uma conta na Suíça.
As investigações, conduzidas em desdobramento da Lava Jato de SP, demonstraram que o operador José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e, por meio delas, receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo, em 2007. Neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e mantiveram uma conta de offshore controlada até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça.